Pequeno grande carro
Novo BMW 220i Coupé mostra grande esportividade em dimensões compactas
O novo Série 2 Coupé começou a sair das linhas de produção da BMW em San Luis Potosí, pelos mesmos portões pelo qual já saem algumas versões do Série 3. Na estratégia da marca bávara para a região Latam (América Latina), o México responde por sedãs e cupês pequenos, enquanto o Brasil fica com os SUVs e SUVs cupês menores, como o X3, X4 e a próxima geração do X1, o provável o “novo modelo mundial inédito” prometido pelos executivos da empresa para a unidade de Araquari, em Santa Catarina.
O Série 2 Coupé foi projetado pelo mexicano José Cañas Peña e tem claras raízes no modelo de origem, o antigo Séria 1 Coupé – que virou Série 2 – e traz elementos do clássico BMW 2002. A aparência é muito atraente, com um toque de esportividade e elegância, capaz de diferenciá-lo dos demais modelos da marca. Um bom exemplo é a grade bipartida, mais fina e contida (sem o exagero da Série 4), com aletas ativas para regular a entrada de ar no compartimento do motor.
O modelo possui faróis de led individuais com luzes diurnas integradas e para-choque frontal com entradas de ar triangulares. De perfil, o teto arredondado tem o caimento característica do modelo desde os tempos de Série 1 Coupé, com rodas que podem ter, opcionalmente, 17 ou 18 polegadas. Na traseira, as lanternas com relevos são bem refinadas e o difusor traseiro traz duas ponteiras de escapamento. Chama a atenção, no entanto, o desenho pouco harmonioso do porta-malas, que lembra o do BMW Z4 de segunda geração.
O menor cupê da BMW mede 4,55 metros de comprimento, com 1,84 m de largura e 1,39 m de altura, com 2,74 m de entre-eixos e é maior que a geração anterior em todas as dimensões – 10 cm maior, 7 cm mais largo e 1,5 cm mais alto, com entre-eixos 5 cm mais amplo. Essa conformação ajudou a incrementar o conforto a bordo, que ainda conta com uma série de recursos.
Por dentro, o Série 2 se parece muito com o modelo imediatamente acima, das Séries 3 e 4. A cabine é praticamente a mesma, com o chamado Live Cockpit Professional, que coloca na mesma linha a tela do painel de instrumentos com a da central multimídia. A configuração dos assentos é típica de um 2+2, onde o banco traseiro foi projetado para ser usado por apenas dois passageiros não muito grandes. O revestimento é em couro e os bancos dianteiros são esportivos e oferecem um bom apoio.
A tela do painel de 10,3 polegadas traz o sistema Operacional 7 da BMW. Ele faz espelhamento sem cabo com Android Auto e Apple CarPlay e pode ser controlado pelo grande botão giratório do iDrive no console central ou pelos botões do volante multifuncional. Já a tela da central multimídia de 12,3 polegadas projeta a câmera de ré com sensores dianteiros e traseiros, permite o controle dos modos de condução ‑ Sport, Eco e Comfort ‑ e ainda comanda o som Harman Kardon.
Sob o capô, o modelo avaliado, 220i, traz o motor Twin Turbo 2.0 litros, com quatro cilindros, semelhante ao motor flex que no Brasil é usado no 320i GP. Ele é capaz de gerar 184 cv, com 30,6 kgfm de torque. O câmbio é automático sequencial com controle de largada e a força do motor é direcionada para o eixo traseiro. Uma configuração típica para um modelo com pretensões esportivas (por Jorge Blancarte, Autocosmos.com/México. Exclusivo no Brasil para Auto Press).
Primeiras impressões
Vocação genética
Na pista fica fácil perceber o alto nível dinâmico do 220i. Nas curvas em alta velocidade ele parece fundido com o asfalto de tanta aderência que demonstra. Tanta estabilidade dá confiança para buscar o limite cada vez mais longe. O equilíbrio e a distribuição de peso perfeita casam muito bem com a tração traseira.
Nas acelerações, a entrega de energia é quase imediata – o “quase” fica por conta do pequeno, mas perceptível, turbolag. O zero a 100 km/h é feito em 7,5 segundos e as mudanças da caixa são muito rápidas, suaves, quase imperceptíveis. No modo Sport é possível extrair o máximo do torque generoso – 30,6 kgfm para um carro com pouco mais de 1.400 kg. O ânimo do modelo pode ser ainda mais exaltado recorrendo à alavanca ou com às espátulas atrás do volante, para ter uma resposta mais imediata.
Saindo da pista, a avaliação passou a ser em um circuito de slalom, onde a agilidade do modelo foi posta à prova. Com movimentos repentinos de direção, o carro impressionou pelo equilíbrio. A direção é comunicativa e muito responsiva, tanto em baixas quanto em altas velocidades. A frenagem é eficiente, para o veículo em poucos metros.
O último teste foi realizado em pista molhada, a chamada skid path. O objetivo da BMW era demonstrar as virtudes de um modelo com tração traseira. Com todas as assistências desligadas, a brincadeira era forçar os limites de aderência lateral. Assim, se percebe como é possível controlar o esportivo, mesmo durante o drift. Ali, ele deixou evidente toda a sua capacidade extrema de esportividade. em todas as situações. O 220i Coupé se mostrou rápido e ágil, mas em determinados momentos, o conforto é sacrificado a favor do desempenho – como no caso da rigidez da suspensão. Ou seja: deixou claro que é feito para quem realmente gosta de dirigir.