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As motos que chegaram em 2021

Altos e baixos

Adaptação às normas Euro 5 foi o principal gerador de mudanças, mas falta de componentes deu o tom do mercado em 2021

O mercado brasileiro de motocicletas mostrou um vigoroso crescimento em 2021 e deve fechar o ano com cerca de 25 a 30% mais vendas que em 2020 – pouco abaixo de 1,2 milhão de emplacamentos. Foi bom, mas poderia ter sido ainda melhor. A falta de componentes – os malditos semicondutores – paralisou a produção da Honda e da Yamaha por semanas. E boa parte dos modelos apresentam filas de espera para a entrega das unidades. Por conta disso, muitos modelos que poderiam ter chegado ao Brasil durante o ano foram adiados para 2022. E muitos dos modelos lançados são de baixo volume. Caso das superesportivas da Ducati, da Kawasaki e da Honda. Houve ainda renovações importantes, como a da BMW G310 GS e da Yamaha Fazer FZ25, que ganharam cara nova, mas mantiveram os mesmos motores.

As marcas também se dedicaram mais aos modelos off-road, como a Honda com a nova Africa Twin com câmbio de dupla embreagem e a Suzuki, com a V-Strom 1050 XT. Mas o destaque ficou mesmo para o lançamento da pequena scooter da Honda, ADV 150, que ultrapassou as expectativas ao ultrapassar as 11 mil unidades emplacadas no ano. Quem também surpreendeu foi a charmosa Royal Enfield Meteor 350, que em poucos meses de venda alçou a marca indiana do 10º para o 7º lugar entre as de maior número de emplacamentos no ano. (por Eduardo Rocha/Auto Press)

 

Motos que vieram em 2021

BMW G 310 GS –A BMW não mexeu muito na sua moto de entrada, a G 310 GS. Ela é tratada pela marca alemã como a segunda geração, por conta de recursos eletrônicos, como acelerador ride-by-wire e embreagem deslizante. A moto chegou em agosto com visual renovado e o mesmo motor, que apesar de passar a atender o padrão Euro 5, manteve o mesmo de desempenho. Ele é monocilíndrico de 313 cm³, com refrigeração líquida e invertido em 180º em relação ao esquema clássico – tem admissão na frente e escape na parte posterior ‑, entrega os mesmos 34 cv, mas agora a 9.500 rpm (300 giros acima) e 2,85 kgfm a 7.500 rpm. O modelo é montado na fábrica da marca em Manaus, ganha também iluminação full led, painel digital, computador de bordo e luz de alerta para limite de giro. As mesmas mudanças tpecnicas foram promovidas na versão naked, G 310 R. Atualmente, a GS custa R$ 36.900.

Ducati Streefigther V4 S – A Ducati prometeu a Multistrada V4, mas o modelo que chegou foi mesmo a naked Streetfigther V4 S, com o novo motor de quatro cilindros em V com 1.103 cm³. São 208 cv e 12,6 kgfm para empurrar o 178 kg do modelo (205 kg em ordem de marcha. Resultado: aceleração de zero a 100 km/h em 3,2 segundos e máxima de 270 km/h. O modelo tem recursos como controle de largada, quick shift para elevação e redução de marcha, faróis full led, suspensão eletrônica e rodas da Marchesini. O preço, claro, reflete tudo isso: R$ 146.990.

Honda CRF 1100L Africa Twin – A Honda Africa Twin trocou o motor de 999 cm³ pelo de 1084 cm³, o que elevou sua potência dos 88 cv para 99,3 cv – ainda estrangulado em relação ao europeu, que rende 102 cv. O torque subiu de 10,1 para 10,5 kgfm. Na parte eletrônica, a nova Africa Twin conta com cinco modos de pilotagem, três de freio motor e sete de controle de tração. O modelo chegou nas versões CRF 1100L Africa Twin e CRF 1100L Africa Twin Adventure Sports ES, com suspensão eletrônica e tanque de maior capacidade. Ambas podem receber câmbio manual tradicional ou trazer a grande novidade da li há, o câmbio de dupla embreagem DCT, ambos com seis marchas. Os preços começam em R$ 79.800 e vão até R$ 99.620.

Honda CBR 1000RR-R Fireblade SP – A Honda CBR 1000RR-R SP chegou com a intenção de, finalmente, dar um lugar de destaque para a marca entre as superesportivas. Com uma potência de 216,2 cv e torque de 11,5 kgfm de torque, o motor de quatro cilindros em linha e exatos 1.000 cm³, a estimativa é que o modelo acelere de zero a 100km/h em 3,1 segundos e alcance 320 km/h. Além de todos os controles eletrônicos, inclusive para a suspensão traseira Ohlins, ela conta com freios da Brembo e ainda traz os chamados winglets, pequenos asas instaladas nas carenagens laterais, que aumentam o downforce e a estabilidade da moto. No Brasil, a CBR 1000RR-R SP está sendo vendida por R$ 159 mil.

Honda ADV 150 –A Honda ADV 150 segue o conceito criado na Itália para a big scooter X-ADV 750 e tem se dado bem no Brasil, tanto que vai bater facilmente 11 mil vendas no primeiro ano ‑ a meta eram 10 mil. A scooter tem a mesma base estrutural da PCX e o mesmo propulsor monocilíndrico de 149,3 cm³ e refrigeração líquida, que rende 13,2 cv e 1,38 kgfm, gerenciado por um câmbio CVT. Admissão e escape foram e a parte traseira do chassi foi redimensionada para receber o pneu traseiro mais largo e os amortecedores a gás da ADV. No visual, traz uma roupagem com linhas mais recortadas, inspiradas na X-ADV. A AVD 150 está sendo vendido no Brasil por R$ 18.500, sem frete.

Kawasaki Ninja ZX10-R – Apesar de o mercado brasileiro não estar mito interessado, a briga entre superesportivas ficou mais aguerrida. Para isso contribui a nova Ninja ZX10-R, que chegou com atualizações e evoluções marcantes. O desenho ficou mais agressivo, com a entrada de ar centralizada na frente, entre os dois faróis em led, e “winglets” nas laterais. Na parte eletrônica, o modelo deu um salto. Ganhou acelerador eletrônico, IMU de seis eixos, quatro modos de pilotagem, controle de largada, quick shift nos dois sentidos e controle de tração. Na parte mecânica, o novo modelo manteve o motor com os mesmos 213 cv de potência e 11,7 kgfm de torque. O modelo está sendo oferecido por R$ 109.990.

Royal Enfield Meteor 350 – Enquanto todos correm atrás da tecnologia, a marca indiana de origem inglesa Royal Enfield oferece nostalgia. E esse foi o segredo do sucesso da cruiser Meteor 350, que rapidamente se tornou a moto mais vendida da marca e a custom mais vendida do país. Tudo no modelo é simples. O motor monocilíndrico refrigerado a ar e óleo é montado em um chassi de berço duplo e rende 20,5 cv e 2,75 kgfm. A suspensão traz telescópicos na frente e amortecedores duplos na traseira e os freios são a disco nas duas rodas. São três versões de acabamento ‑ Fireball, Stellar e Supernova –, que mudam nas cores e no nível de equipamentos.  As vendas começaram em para valer em agosto e os preços começam em R$ 18.990.

Suzuki V-Strom 1050 XT – A V-Strom foi pioneira em juntar características de esportiva ao conceito turismo de aventura, no que é chamado hoje de Sports Adventure Tourer. A nova V-Strom 1050 mudou o visual e ganhou um farol quadrado, no lugar o antigo ovalado. O banco é dividido em duas seções e a tampa lateral foi alongada. O novo motor tem as mesmas caraterísticas da antecessora, dois cilindros em V a 90°, refrigerado a água, de 1037 cm³, com eixo duplo em cada cabeçote. A potência subiu de 101 cv para 107 cv e o torque se manteve em 10,5 kgfm. A adoção de um acelerador eletrônico permitiu a introdução de controles eletrônicos dinâmicos do Suzuki Drive Mode, que oferece três tipos de liberação de potência. Entre as big trails à venda no Brasil, é das mais barata: R$ 85.900.

Triumph Trident 660 – A britânica Triumph investir em modelos de média cilindrada e começou a aposta pela naked Trident 660 equipada com um novo motor tricilíndrico com 660 cm³, que gera 81 cv e 6,53 kgfm. – na Europa, um segundo modelo com este motor já está no mercado, a trail Tiger 660, que deve chegar ao Brasil em 2022. A Trident é econômica em recursos eletrônicos e tem de relevante apenas controle de tração e dois modos de pilotagem. Mas tem outros equipamentos que melhoram o convívio, como embreagem deslizante, iluminação full led e painel digital com conexão Bluetooth. O objetivo da marca é atrair um público mais jovem para seus modelos, embora o preço de R$ 47.490 não seja exatamente convidativo.

Yamaha Fazer FZ25 – A nova Fazer adotou uma frente com farol de projetor em led e luz de rodagem diurna que transformou o visual do modelo na linha 2022. O motor é o mesmo monocilíndrico com refrigeração a ar/óleo com exatos 249,5 cm³, que tem como característica combinar um cabeçote com apenas duas válvulas, que amplia o torque em baixas rotações, com um cilindro com desenho superquadrado, em que o diâmetro do pistão é bem maior que o curso, o que privilegia a potência em giros mais altos. São 21,3/21,5 cv a 8 mil giros, com gasolina/etanol, com 2.1 kgfm de torque a 6.500 giros, gerenciado por um câmbio de cinco velocidades. O chassi tipo Diamond e as suspensões também foram mantidas. O modelo se manteve entre os mais vendidos da marca e deve chegar a cerca de 30 mil emplacamentos em 2021. O preço começa em R$ 18.990.