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Carros que chegaram em 2021

Domínio absoluto

Os SUVs continuam em alta, mas os elétricos começam a chamar a atenção

por Eduardo Rocha/Auto Press

                Como mercado periférico típico, o Brasil fica a reboque do que acontece lá fora. Por isso mesmo, os dominantes SUVs ganharam em 2021 a companhia de diversos modelos elétricos. A princípio, um carro elétrico é um contrassenso em um país que tem uma estrutura montada para o uso do etanol, um combustível carbono zero, enquanto o carro elétrico consome uma energia que tem 80% de sua geração a partir de petróleo, gás e carvão, altamente poluentes. Mas por enquanto é apenas um modismo – sem sentido, como quase todos os modismos – que está seduzindo apenas os ocupantes das coberturas – até por conta dos preços assustadores dos modelos. Dois bons exemplos são o Audi e-tron GT e o Volvo XC40 T8. Mas há outros, como o novo Renault Zoe, o Fiat 500e e até o novo Chevrolet Bolt EV.

No mercado real, o império é dos SUVs. A lista é imensa e vai dos renovados Nissan Kicks, Hyundai Creta, Chery Tiggo 3x e 7 Pro até os novos Volkswagen Taos, Toyota Corolla Cross, Fiat Pulse. Jeep Commander e Ford Bronco Sport. Fora dessas duas vertentes, quem chamou a atenção foi o novo Série 4. Mas não pelos motivos corretos: o visual frontal do novo BMW provocou grande polêmica e até um pouco de revolta. Nada que um pouco de convívio não torne menos dramático.

Audi e-tron GT – A Audi decidiu trazer para o Brasil seu primeiro sedã esportivo totalmente elétrico. O e-tron GT é um rebadge do prestigiado Porsche Taycan e teve seu primeiro lote, de 35 unidades, esgotado logo que as vendas foram abertas. O e-tron GT traz dois motores que tracionam as quatro rodas e somam 590 cv de potência. O modelo pode ser o primeiro elétrico a receber uma versão RS, que teria 700 cv. O conjunto de baterias deve ser o mesmo que equipa as versões SUV e Sportback do e-tron, que têm 95 kWh de capacidade, que pode ter uma autonomia de até 400 km.

MW Série 4 – A BMW promoveu uma separação de corpos entre o Série 3 e o novo Série 4. O modelo ganhou um visual diferente e bem mais ousado que o do sedã e causou polêmica, por conta da clássica grade dupla, que ocupa praticamente toda a altura da parte frontal e tem sido considerada exagerada e pouco estética. O modelo desembarcou na versão 430i Gran Coupé, ou cupê de quatro portas 430i. O motor 2.0 twin turbo de 258 cv de potência e 40,8 kgfm de torque é capaz de acelerar o 430i de zero a 100 km/h em 6,2 segundos e alcança a máxima de 250 km/h.

Caoa Chery Tiggo 3x – A Caoa Chery apresentou em junho seu quinto SUV no Brasil. O Tiggo 3x, seu quinto SUV no Brasil. A rigor, trata-se de um face-lift do Tiggo 2, mas ganhou no Brasil uma reinterpretação que buscou valorizar o modelo. Ele conta com um motor mais moderno, 1.0 Turbo de três cilindros, com 98/102 cv e 16,8/17,1 kgfm, sempre gerenciado por um câmbio CVT com nove marchas pré-programadas. O modelo chegou em duas versões de conteúdo – a básica Plus e a top Pro ‑ e tem tido uma boa resposta nas vendas, com médias em torno de 800 unidades por mês.

Caoa Chery Tiggo 7 Pro – O Tiggo 7 TXS não completou três anos de mercado e já ganhou um substituto. A evolução foi flagrante. Para começar, o Tiggo 7 Pro ganhou uma motorização mais forte: 1.6 turbo de 187 cv e 28 kgfm de torque, gerenciado por um câmbio automático de dupla embreagem e sete marchas. Depois, o conteúdo também melhorou, com ar-condicionado duplo automático, bancos elétricos para motorista e passageiro, acabamento em couro sintético nos bancos, teto solar panorâmico, central multimídia com tela “touch” de 10,25 polegadas com espelhamento via cabo de Android Auto e Apple CarPlay e projeção da câmera 360º, que inclui “visão aérea” e imagem do ponto cego lateral. O que também chama a atenção é o novo visual, com linhas mais atraentes, frente de faróis afilados separados por uma grade em treliça com pontos cromados e novas lanternas traseiras, mais finas e elegantes interligadas por uma barra iluminada por led.

Chevrolet S-10 Z71 ‑ A GM apresentou a versão com visual off-road Z71, para entrar no nicho em que a Ford Ranger Storm e a Nissan Frontier Attack vêm se dando bem. A configuração tem conteúdo próximo ao da versão LT acrescido com alguns itens para ganhar um charme aventureiro. São 20 itens de diferenciação, quase todos estéticos, mas tem a importante inclusão dos pneus 265/60 R18 A/T, desenvolvido em conjunto com a Michelin. A Z71 é animada pelo motor turbodiesel 2.8 litros com quatro cilindros em linha que rende 200 cv e 51 kgfm, gerenciado por um câmbio automático de seis marchas com tração 4X2 com acoplamento 4X4 e reduzida.

Fiat Pulse ‑ A Fiat demorou, mas finalmente apresentou o Pulse, primeiro SUV compacto da marca. O modelo nasceu baseado na nova plataforma MLA, que compartilha com o Argo diversos elementos estruturais e de carroceria – como portas, para-lama etc. O modelo também estreou o novo motor 1.0 turbo da família GSE, com potência entre 125 e 130 cv, com 20,4 kgfm, com gasolina e etanol, que trabalha sempre em conjunto com um câmbio CVT com sete marchas pré-programadas – há ainda uma versão com o motor 1.3 Firefly aspirado com potência entre potência entre 98 e 107 cv e torque entre 13,2 e 13,7 kgfm e câmbio manual ou CVT. O SUV da Fiat tem um bom arsenal de equipamentos disponíveis e chamou a atenção pelo excelente preço de lançamento, de R$ 79.990 – que foi reajustado para R$ 83.990 com pouco mais de um mês de lançado. A estratégia da marca foi posicionar o Pulse na base do segmento de SUVs compactos para elevar o patamar do Jeep Renegade, que vai ganhar motor 1.3 turbo de 185 cv e 27,5 kgfm, com opcional de tração 4X4.

Ford Bronco Sport ‑ O Bronco Sport foi o primeiro modelo da Ford lançado na condição de importadora e não mais de fabricante. E vem apresentando um bom desempenho de mercado, levando-se em conta que custa cerca de 50% mais que modelos de tamanho e recursos semelhantes, com média de emplacamentos entre 120 e 150 unidades mensais. O SUV médio é produzido no México e tem uma pegada off-road forte. Ele chegou na versão Wiltrack, uma das mais recheadas da linha, e tem motor turbo de 2.0 litros, EcoBoost, com 240 cv e 38 kgfm, tração nas quatro rodas, bloqueio do diferencial, seletor de terreno e de modos de condução.

Hyundai Creta ‑ O novo Creta mudou seu nivelamento no mercado, com novos conteúdos e preços cerca de 20% acima do antigo modelo. Outro risco da marca sul-coreana foi em relação ao design, que tinha tudo para causar enorme estranhamento. Até a própria Hyundai esperava por isso, tanto que deixou a versão Action 1.6 com visual e preço antigos como salvaguarda. Mas tudo deu certo para a marca. O novo Creta acabou sendo bem recebido e as vendas se mantiveram em alta, entre 5 mil e 7 mil unidades por mês. Mesmo que nesse total se inclua o Creta de cara antiga, são excelentes números. O SUV manteve a mesma estrutura do antigo modelo, ganhou diversos recursos e passou a contar com o motor 1.0 TGDI, de 120 cv e 17,56 kgfm, além de manter o propulsor 2.0 litros aspirado de 157167 cv e 19,2/20,6 kgfm na versão de topo, Ultimate.

Jeep Commander – A Jeep promoveu a estreia mundial do novo Commander no Brasil. E trata-se, simplesmente, do automóvel mais requintado construído no país. O modelo utiliza a plataforma do redimensionada para poder oferecer lugar para sete ocupantes, um dos principais diferenciais do modelo. Sob o capô, ele também traz os motores GSE 1.3 litro turbo T270 com 185 cv e 27,6 kgfm e o Multijet 2.0 litros turbodiesel T380 com alterações mecânicas em relação ao usado no Compass, como uma turbina de maior capacidade para elevar o torque de 35,7 para 38,7 kgfm, com os mesmos 170 cv. As versões T270 são gerenciadas por um câmbio automático de seis marchas e tração dianteira já a versão TD380 traz o câmbio automático de nove marchas e sistema 4X4 com reduzida. Ele conta com um seletor de terrenos com modos Sand/Mud, Snow e Auto e controle de descida.

Nissan Kicks – O SUV compacto Nissan Kicks recebeu seu primeiro face-lift no Brasil, O modelo adotou o mesmo estilo já exibido no sedã Versa e que reflete a nova fase do conceito de design V Motion, com uma grossa moldura em preto brilhante em torno do friso cromado que contorna a grade. Na traseira, o formato das lanternas não mudou, mas as seções internas serão modificadas e uma barra reflexiva sublinha o vidro traseiro. Sob o capô, o modelo manteve o mesmo motor 1.6 de 114 cv com câmbio CVT e o modelo ganhou diversos recursos de assistência, como frenagem autônoma, alerta de colisão etc.

Toyota Corolla Cross – A Toyota apostou no Corolla Cross como fiel depositário dos clientes do sedã Corolla que queriam seguir a moda de SUVs. E ganhou a aposta. Mesmo que dinamicamente o Corolla Cross esteja mais para ser uma Fielder altinha, o crossover da marca japonesa caiu no gosto dos consumidores. Logo de caro, o modelo estabeleceu um patamar de vendas entre 3 mil e 5 mil, o que o deixou isolado como segundo SUV médio mais vendido – perde apenas para o impressionante Jeep Compass. O Corolla Cross tem uma gama que é gêmea da linha do sedã, como duas versões com motores 2.0 flex de 177 cv e outras duas, mais completas, com motorização híbrida, com motor 1.8 litro conjugado a um motor elétrico, com potência combinada de 122 cv.

Volkswagen Taos – O Taos não foi tudo que a Volkswagen queria. O SUV médio feito na Argentina, que chegou com a intenção de ameaçar o Compass, não tem passado das 1.500 unidades mensais. O modelo foi criado para ser mais barato e ter maior volume que o Tiguan, que passou a ser importado apenas nas versões superiores, mas a estratégia não deu muito certo. Um dos motivos talvez seja o fato de o Taos ser mais do mesmo. É um crossover com dinâmica, motor, recursos e cara de qualquer outro Volkswagen, sem qualquer ousadia. O motor, inclusive, é o mesmo usado no Jetta e nas versões superiores do T-Cross, do Virtus e até do Polo. Trata-se propulsor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm, que já começa a sentir o peso da idade.

Volvo XC40 Recharge P8 – Talvez por ter pouco a perder, a Volvo resolveu investir com vontade nos carros 100% elétricos no Brasil. O primeiro passo nesse sentido foi o lançamento do XC40 P8 AWD Recharge Pure Electric. Apesar de ser baseado no XC40 – na verdade, a versão totalmente elétrica já estava prevista no desenvolvimento original do modelo ‑, seu comportamento dinâmico não tem nada a ver com a versão a combustão e com a híbrida – que, inclusive, deixaram de ser vendidas no Brasil. O modelo conta com dois motores que geram uma potência equivalente a 408 cv e torque de 67,3 kgfm. A bateria de íons de lítio com capacidade de 78 kWh promete uma autonomia de até 418 km.