Traje esportivo
Chevrolet valoriza a dinâmica do Cruze com as versões RS hatch e a Midnight sedã
Em condições normais de temperatura e pressão de mercado, o ciclo mínimo de produção de um modelo é de sete anos. Esse é o tempo projetado para obter lucros, após a amortização dos investimentos com projeto, ferramental e marketing. Nessas contas, o Chevrolet Cruze deve permanecer em linha até meados de 2023, já que este modelo de segunda geração começou a sair das linhas de montagem da fábrica da General Motors em Rosário, Argentina, em maio de 2016. E foi para dar fôlego ao modelo que a marca resolveu dar uma roupagem mais esportiva tanto para a configuração hatch quanto para a sedã. O Cruze RS hatch e o Cruze Midnight sedã chegam às concessionárias da Chevrolet neste início de fevereiro por, respectivamente, R$ 154.500 e R$ 139.350.
A versão Midnight se posiciona um pouco acima da versão LT, a de entrada na gama sedã. A nova versão se diferencia, porém, por diversos detalhes estéticos. Na frente, ela traz a versão Bow Tie da logo Chevrolet, com fundo preto, e a barra horizontal que divide a grade é em cromo escurecido. Os faróis têm máscara negra e luzes de neblina são do tipo canhão.
As rodas aro 17 são em preto e cromo diamantado, as maçanetas receberam um filete cromado e o logo Midnight aparece na base da porta dianteira. Ao contrário das versões Midnight lançadas no Brasil até aqui, o Cruze sedã pode receber as cores azul (Eclipse) e cinza (Satin Steel), além do tradicional preto (Ouro Negro).
Em relação ao conteúdo, o Cruze Midnight tem exatamente o mesmo conteúdo da atual versão LT. São seis airbags, ar-condicionado automático, chave presencial ignição e travas, inclusive do porta-malas, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré e controle de cruzeiro no volante multifuncional. A central multimídia MyLink traz tela de 7 polegadas e tem espelhamento com Apple CarPlay e Android Auto via Bluetooth, Wi-Fi nativo, conexão com o aplicativo myChevrolet, para funções à distância e atualização automática via internet.
Enquanto a versão Midnight representa uma versão básica da linha com um toque de charme, a versão RS do Cruze Sport6 tem uma função mais importante: ela passa a ser a única da configuração hatch. Por conta disso, traz conteúdos bem mais completos, alterações mecânicas e mudanças visuais mais dramáticas. Para apimentar um pouco o desempenho, suspensão e direção foram recalibrados. A estética foi nesse mesmo sentido. Na frente, o RS traz um novo para-choque, mais projetado e agressivo na área da grade. Dividindo a entrada de ar, a barra em cromo escurecido é semelhante à da versão Midnight. A grade traz a logo Bow Tie ao centro e a inscrição “RS” na lateral esquerda. Os faróis são em led e têm máscara negra.
Na lateral, moldura das janelas, adesivo de coluna e retrovisores são em preto, enquanto as maçanetas são na cor do veículo com um friso cromado. As rodas com cinco pétalas são idênticas às da versão Midnight. Para ressaltar a esportividade do modelo, a versão RS traz sempre o teto e o aerofólio traseiro em preto metálico, independentemente da cor da carroceria. O Cruze hatch tem três cores disponíveis: branco (Summit), cinza (Satin Steel), vermelho (Chili), e preto (Ouro Negro).
Por dentro, os revestimentos de teto, assoalho, colunas, painéis e bancos são em preto, enquanto as costuras pespontadas dos assentos, por exemplo, trazem linhas vermelhas. De série, a versão RS inclui seis airbags, monitoramento da pressão dos pneus, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, sensor de luz e chuva, retrovisor interno eletrocrômico e externos com rebatimento elétrico. O sistema multimídia MyLink é semelhante ao do Midnight, mas aqui tem tela de 8 polegadas e pareamento via Bluetooth com até dois celulares. É possível configurar dois perfis de usuários (um para cada chave), com as preferências de aplicativos, estações de rádio, etc).
Sob o capô de ambas versões está o motor 1.4 Turbo, que rende 153 cv e 24,5 kgfm. Ele foi recalibrado para atender às normas L7 do Proconve. Segundo a GM, essa adequação não só manteve potência e torque anteriores como se tornou uma oportunidade para melhorar um pouco as respostas do motor. O propulsor é gerenciado sempre através de um câmbio automático de seis marchas, com mudanças sequenciais diretamente na alavanca.
As novas versões do Cruze chegam em uma hora crítica não só para os modelos como também para o segmento de sedã e hatch médios, que tendem a perder a relevância diante da avalanche e SUVs. Em 2021, o Cruze Sport6 teve média de apenas 145 emplacamentos por mês e é, inclusive, o último hatch médio de marca generalista disponível no Brasil. No caso da configuração sedã, com o fim da produção do Honda Civic, sobraram apenas o Toyota Corolla, que em 2021 teve média de 3.500 unidades por mês, seguido pelo próprio Cruze sedã, com 590 emplacamentos/mês, Chery Arrizo 6, com 290 unidades, e Volkswagen Jetta, com 245 emplacamentos (por Eduardo Rocha/Auto Press).