Fiat lança seu SUV compacto Pulse sem arriscar no conceito, mas com motor e câmbio inéditos e excelente custo/benefício
A Fiat sempre se caracterizou no Brasil pela agilidade nas ações e ousadia nas decisões. Mas para lançar o Pulse, a fabricante tomou um caminho diferente. A marca foi a última a apresentar um SUV compacto ao mercado e mesmo assim alongou a apresentação do modelo por intermináveis seis meses. O carro foi mostrado ainda no programa “Big Brother Brasil”, em abril, como Progetto 363, para ser lançado oficialmente nesta segunda quinzena de outubro, com vários “teasers” nesse meio tempo.
Além de demorar a reagir às tendências, a Fiat apresentou um modelo sem a velha e conhecida audácia italiana, que sempre dava o tom nos modelos da marca. As linhas do Pulse não antecipam conceitos de estilo nem surpreendem em relação ao que é oferecido no mercado. Ao contrário: a estética bebe na mesmíssima fonte do Argo, lançado há quatro anos – uma eternidade em termos de design. Mas em um ponto a fabricante instalada em Betim surpreendeu e por isso pode estar fadado ao sucesso: o preço.
O modelo, que estreia mundialmente a plataforma MLA, chega com três versões, três configurações de trem de força e preços entre R$ 79.990 e R$ 115.990, com um custo/benefício imbatível. Por isso, não será nenhuma surpresa se o Pulse assumir a liderança do segmento logo de cara. Os rivais diretos têm preços praticáveis (aqueles em que o carro existe de fato, e não só nas propagandas) a partir de R$ 100 mil. Nas versões com conteúdo mais tecnológico, os valores podem ultrapassar R$ 150 mil. Já o Pulse até oferece alguns recursos de assistência avançados, mas conseguiu manter o preço em nível extremamente atraente – estratégia semelhante à usada na picape Strada, que se tornou um fenômeno de mercado.
A versão de entrada é a Drive, que nas versões mais baratas recebe o motor Firefly 1.3 aspirado, com potência entre 98 e 107 cv e torque entre 13,2 e 13,7 kgfm, com gasolina e etanol. É o mesmo propulsor que movimenta Argo, Cronos e Strada, mas aqui ele foi “estrangulado” por conta das normas de emissões que entram em vigor em 2022 e por isso perdeu até 3 cv e 0,5 kgfm, o que também vai acontecer com os outros outroscompactos da marca. Na opção inicial, ele trabalha em conjunto com um câmbio manual de cinco marchas, que é a versão de R$ 79.990.
Esta versão vem equipada com airbags frontais e laterais, ar automático e digital, barras no teto, central multimídia com tela de 8,4 polegadas touchscreen, com conexão sem fio com Apple CarPlay e Android Auto, comandos de voz, Bluetooth e rádio AM/FM, trava com controle remoto, volante multifuncional, computador de bordo, faróis, lanterna traseira e luz de condução diurna em led, controle de cruzeiro, retrovisores e vidros elétricos, rodas de liga leve aro 16 e sensor de estacionamento traseiro.
A versão Drive com motor Firefly 1.3 pode ainda trabalhar com o novo câmbio CVT, com sete marchas pré-programadas e modo Sport acionado por botão no volante. Nessa composição, o preço é elevado para R$ 89.990 e inclui maçanetas e capa de espelhos na cor do veículo, um console mais completo e apoio de braço central com porta-objetos. O mesmo CVT se combina com a versão Drive Turbo 200, que usa o terceiro trem-de-força disponível na gama.
Trata-se do novo motor da família GSE, 1.0 turbo, batizado de Turbo 200, com potência entre 125 e 130 cv, com 20,4 kgfm, com gasolina e etanol. Esta configuração tem preço de R$ 98.990.
O Pulse tem ainda duas versões acima da Drive: a Audace e a Impetus, ambas equipadas com com o motor Turbo 200 e câmbio CVT. A intermediária Audace acrescenta à versão Drive câmera traseira com linhas adaptativas, carregador por indução, chave presencial para ignição e travas com partida remota, paddle shifts no volante, frenagem autônoma de emergência, monitoramento de faixa, e farol alto automático, retrovisor eletrocrômico, sensor de luz e chuva e rodas de liga leve diamantadas de 16 polegadas. Esta versão sai a R$ 107.990.
A topo de linha Impetus custa iniciais R$ 115.990 e acrescenta bancos revestidos em couro sintético, painel digital de 7 polegadas, faróis de neblina com função cornering, sistema de navegação GPS, retrovisores externos com rebatimento elétrico e luz de cortesia, rodas de liga leve diamantadas com 17 polegadas, sensor de estacionamento dianteiro, teto bicolor, volante com regularem de altura e profundidade, tela de 10,1 polegadas na central multimídia. O único opcional disponível para ela é o sistema Fiat Connect Me, uma plataforma de serviços por Internet com diversas funções, como comandos remotos e monitoramento do automóvel, manutenção, compras, navegação, etc.
Embora tenha um visual mais de crossover do que de SUV, todas as versões do Pulse vêm com o sistema TC+, que é o controle de tração que trabalho em conjunto com o ABS para limitar o escorregamento de uma roda com baixa aderência. O freio “pinça” a roda que está patinando para permitir a transferência da força para a outra roda – sistema semelhante ao usado nas versões 4X2 do Jeep Compass. Ainda tentando incrementar a capacidade off-road, o projeto do Pulse, desenvolvido em Betim, inclui bons ângulos de ataque e saída, de 20,5º, 31,4º, com altura livre para o solo de 22,4 cm. O suficiente para pequenas aventuras. (Texto por Eduardo Rocha/Auto Press – Fotos: Divulgação).