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Forester é um SUV incompreendido

Crossover subestimado

Subaru Forester é robusto, inteligente e versátil, mas injustiçado pelo mercado

                O primeiro Forester apareceu em 1997 e desde então tem sido uma referência para a Subaru. Na verdade, é seu primeiro SUV e um de seus principais pilares em termos de vendas. O modelo está atualmente na quinta geração, que estreou em 2018 e recebeu uma remodelação em meados de 2021 – que ainda não chegou às concessionárias da marca japonesa no Brasil. Apesar de ser reconhecida como uma das fabricantes com a mais alta qualidade de projeto, conceito e construção, a Subaru não costuma ver essa qualidade refletida nos números de mercado. No Brasil, onde é controlada pela Caoa, a marca tem apenas cinco concessionárias – no Rio, São Paulo e Distrito Federal – e emplacou em 2021 apenas 399 unidades, 174 delas do Forester.

                Na parte estética desta atualização, as maiores mudanças foram focadas na parte frontal. Os faróis ganharam um dente na parte interna e ficaram com um contorno quadrado, com um prolongamento na direção da grade, onde fica a assinatura luminosa. A grade ficou maior e ganhou molduras em preto brilhante e uma barra em preto com um friso cromado. O para-choque ficou mais robusto e ganhou cluster do farol de neblina redesenhados. De perfil, apenas as rodas foram redesenhadas e as molduras de proteção foram modificadas. Já na traseira, a tampa teve a área em torno da placa remodeladas e a guarnição em plástico brilhante que ligava as lanternas desaparece, tornando o visual mais limpo.

                São mudanças que funcionam mais para marcar a nova fase do modelo do que para criar um novo conceito estético. E mesmo que tenha inserido um ar mais moderno, o Forester não é exatamente um veículo ostensivo e acaba atraindo quem não gosta muito de chamar a atenção. Tal discrição caracteriza uma forte personalidade, até por combinar elegância com robustez como poucos modelos no mercado. Dá para ir a um evento social mais sofisticado, mas também está sempre pronto para uma aventura.

                Apesar do aspecto de station mais alta, o Forester tem as medidas típicas para um SUV médio, com 4,63 metros de comprimento, entre-eixos de 2,64 m, 1,82 m de largura e 1,73 m de altura. Por dentro, ele traz duas telas no console frontal. A superior, de 6,5 polegadas, funciona para monitorar o computador de bordo e recursos do carro, como modos de condução, inclusive off-road, e sistema de tração. Logo baixo, outra tela, esta “touch” com 8 polegadas, é dedicada ao sistema multimídia, com espelhamento por Apple CarPlay e Android Auto, navegador interno e sistema de som da Harman Kardon.

                Além disso, o Forester é recheado de confortos. Ar-condicionado de duas zonas, bancos dianteiros com ajustes elétricos com memória para o do motorista, teto solar, tampa traseira elétrica, bancos traseiros com rebatimento elétrico, e revestimento em couro. Todos os recursos estão à vista e simples de usar. Já os materiais de acabamento são de boa qualidade e tudo parece projetado para durar e suportar abusos.

                O Forester ainda traz freio de estacionamento elétrico, câmera de ré, sete airbags, faróis com iluminação curva, chave presencial, faróis de led com sensor de luz, alerta de tráfego cruzado traseiro, de saída de faixa, de colisão com frenagem autônoma, frenagem autônoma em manobras, detecção de ponto cego, controle de cruzeiro adaptativo com Stop & Go e controle de direção de emergência. Todos esses recursos são monitorados e configurados pela tela superior no console central.

                O Forester é um SUV montado na Plataforma Global Subaru, compartilhado com os modelos XV e Impreza WRX, vendidos no Brasil, e também com o SUV médio-grande Outback, que não é trazido para o país. Esta arquitetura oferece um manuseio muito versátil e oferece bom desempenho em diferentes tipos de ambientes. Na cidade, o modelo é confortável para o uso diário e caixa CVT funciona de forma agradável, sem aquela antiga sensação de arrasto. O tamanho e o fato de ter grandes áreas envidraçadas, tornam a manobrabilidade e visibilidade boas.

                Na parte mecânica, o modelo dispõe de dois motores a explosão e ainda versões híbridas. A primeira motorização é 2.0 litros Boxer aspirado, como o que é vendido no Brasil. Ele rende 156 cv e 20 kgfm e é gerenciado por um câmbio CVT com sete marchas pré-programadas e acoplamento por conversor de torque. Outra configuração convencional é 2.5 litros Boxer, também de quatro cilindros, que rende 187 cv e 24,3 kgfm. Na versão híbrida suave, e-Boxer, o motor 2.0 recebe o auxílio de um motor elétrico que adiciona 17 cv e 6,7 kgfm nos momentos de aceleração e retomadas. Como sempre acontece com os modelos da Subaru, o Forester tem sistema de tração integral simétrico e o peso do modelo, de 1.586 kg, é dividido irmãmente entre as quatro rodas.

                O sistema suspensivo é o tradicional McPherson com barra estabilizadora na frente e multilink, também com barra estabilizadora. A configuração da suspensão aposta no conforto, embora não seja extremamente macia. Buracos, lombadas, ruas mal pavimentadas ou paralelepípedos e praticamente qualquer imperfeição da estrada são muito bem filtrados. Ao atacar estradas ou áreas de curvas, o baixo centro de gravidade proporcionado pelo motor boxer e a tração integral se tornam aliados para manter tudo sob controle (Texto de Esau Ponce, Autocosmos.com/México. Fotos de divulgação. Exclusivo no Brasil para Auto Press). 

 

Impressões ao dirigir

Além da imagem

              Pelo menos no visual, o Forester não é um 4X4 puro e duro, como um Jeep Wrangler ou um Ford Bronco. E nem mesmo é esta a intenção. O SUV da Subaru tem a intenção de alcançar mercados menos esportivos, como o de carros de família. Mas as capacidades oferecidas pelo sistema de tração de distribuição de torque ativo AWD simétrico são mais do que suficientes para navegar em estradas de média dificuldade com segurança.

                Outro grande apoio é o sistema de controle de descida. Graças a esta combinação, fica possível enfrentar com facilidade estradas de terra inclinadas com pedras e cascalho solto. Apesar de não ter pneus adequados, era necessário apenas selecionar o modo Dirt do X-MODE para o Forester resolver o problema.

                Só para dar uma ideia das capacidades no off-road, a Subaru anuncia um ângulo de ataque de 22º, de saída de 24º e ventral de 19,6º. Números que o colocam como um rival frontal para o Ford Bronco Sport em suas versões alimentadas pelo EcoBoost de 1.5 litro. Ou seja: o Forester não é um crossover travestido de SUV que tem medo de se sujar.