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Honda CG mostra que é a dona da história no Brasil

Aos 45 anos, Honda CG passa por atualização sutil na linha 2022, mas mantém a mesma mecânica

                Em pouco mais de 45 anos, já saíram das linhas de produção da Honda, em Manaus, cerca de 13,5 milhões de exemplares da CG ‑ o segundo veículo mais produzido no Brasil, o Gol, vendeu pouco mais de 9 milhões de unidades em 41 anos. Por ter tanta tradição, cada mudança na CG é debatida por uma infinidade de clubes de motociclistas, grupos de discussão e seguidores da marca e do modelo.

Para a Honda, o mais impressionante não é o tamanho do contingente que impulsiona o assunto na internet, mas a total ausência de “haters”. E isso é simples de explicar: qualquer motociclista com menos de 60 anos no Brasil teve, conviveu ou convive com o modelo pioneiro da Honda no Brasil. Por exemplo: na linha 2022 do modelo recebeu mudanças sutis, basicamente estéticas, mas que movimentou os fãs navegantes como um tsunami.

                As mudanças nas quatro versões da linha CG afetaram apenas molduras dos painéis e as carenagens frontais e laterais. A Start, a versão mais acessível da linha – custa R$ 10.520, teve a pequena carenagem do farol remodelada e traz o tanque de combustível sem aletas. Ele também é menor que o reservatório das demais versões, com 14,6 litros enquanto na Cargo, Fan e Titan têm 16,1 litros. O painel é simplificado, com uma tela de cristal, que traz apenas velocímetro, hodômetro e marcador de combustível.

A versão Cargo traz a carenagem de farol em um estilo mais antigo, painel e aletas laterais iguais às usadas na Fan. O modelo recebe de série um grande bagageiro, que cobre o assento da garupa e é homologada para apenas um passageiro – não tem pedaleira para garupa. Em relação às outras versões, ela recebe um reforço no chassi e amortecedores traseiros mais resistentes, o que justifica o preço ligeiramente mais alto que o da Fan –custa R$ 11.900 contra R$ 11.760. Já a topo de linha Titan custa R$ 13.040.

A topo de linha Titan traz o mesmo painel, mas recebe carenagem de farol e aletas de tanque com desenho próprio – e mais encorpado, que passa a impressão de ser um modelo de cilindrada maior O painel é o mesmo presente na Fun. Todas as versões trazem o motor de 162,7 cm³ com comando simples no cabeçote, mas na Cargo, Fan e Titan ele é flex e rende 14,9/15,1 cv, com torque de 1,40/1,54 kgfm, com gasolina/etanol, enquanto na Start é apenas gasolina, com 14,9 cv e 1,40 kgfm. A alimentação é por injeção multiponto e o gerenciamento do motor é através de um câmbio de cinco marcha com transmissão final por corrente. (Texto e Fotos estáticas: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias – Fotos em movimento: Equipe Caio Mattos).

Impressões ao pilotar

Questão de equilíbrio

           É preciso dosar muito bem as qualidades para que um modelo tenha o desempenho de mercado que a CG apresenta há décadas. E que foi confirmado em julho, já com a linha 2022, quando o modelo emplacou 30.663 unidades, o volume mais alto desde dezembro de 2014. Certamente, os retoques estéticos e a própria divulgação da renovação contribuíram bastante para o resultado.

Os outros fatos são os mesmos de sempre: a CG é uma moto confiável, com boa potência, dinâmica agradável, posição de pilotar confortável e suspensão que combina filtragem de irregularidades e controle. A fórmula é simples de descrever, mas difícil de realizar mantendo um preço final razoável e peças de reposição baratas.

                A CG ligar com um toque rápido no botão de partida e o motor gira suavemente, quase sem vibrações, mesmo em giros mais altos. O assento baixo, a 79 cm do solo, facilita a montaria, enquanto o banco tem um nível de maciez bem correto. O baixo peso do modelo, de apenas 116 kg – a Titan tem 1 kg a mais – facilita muito as manobras de estacionamento e gera uma boa relação peso/potência em torno de 7,7 kg/cv. Daí as boas arrancadas do modelo – o zero a 60 km/h fica em torno de 6 segundos, que é suficiente para se afastar dos carros nas saídas de semáforos.

A não ser pela largura das aletas no tanque, não há qualquer diferença entre a Fan e a Titan. Em ambas, a ergonomia é perfeita, com os pedais alinhados com os joelhos, o guidão a uma distância que deixa os braços em uma posição natural, o amortecedor conectado ao chassi na altura do assento do piloto para tornar a condução mais macia. A pequena distância entre os eixos, de apenas 1,32 metros, dá uma grande agilidade nas mudanças de direção. A cidade é o habitat natural da CG, mas como ficou comprovado nestes 45 anos, é uma moto capaz de chegar em qualquer lugar.

Ficha Técnica

Honda CG 160 Fan e Titan

Motor: Etanol e gasolina, 162,7 cm³, monocilíndrico, duas válvulas, comando simples no cabeçote e refrigerado a ar e óleo. Injeção eletrônica multiponto sequencial.

Câmbio: Manual de cinco marchas com transmissão por corrente.

Potência: 14,9/15,1 com gasolina/etanol a 8 mil rpm.

Torque: 1,40/1,54 kgfm a 7 mil rpm.

Diâmetro e curso: 57,3 mm X 63 mm.

Taxa de compressão: 9,5:1.

Suspensão: Dianteira com garfos telescópicos com 135 mm de curso. Traseira com amortecedores duplos com 106 mm de curso.

Pneus: 80/100-18 na frente e 100/80-18 atrás.

Freios: Disco de 240 mm na frente e tambor de 130 mm atrás, com sistema de freios combinados de série.

Dimensões: 2,03 metros de comprimento, 1,09 m de altura, 0,75 m de largura, 1,32 m de entre-eixos e 0,79 m de altura do assento. Distância mínima do solo de 17 cm.

Peso: 116 kg (117 kg na Titan).

Tanque do combustível: 16,1 litros.

Produção: Manaus, Brasil.

Preço: R$ 11.760 (Fan) e R$ 13.040 (Titan).