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Kia Rio é restilizado lá fora

        Kia Rio 2022 ganha equipamentos e face-lift, mas só desembarca no Brasil ano que vem

                No Brasil, o calendário da Kia segue as turbulências do mercado. Caso, por exemplo, do modelo Rio, que já desembarcou na linha 2022 em diversos mercados na segunda fase da quarta geração, mas que no Brasil não tem perspectiva de mudar tão cedo, pois vai aguardar o escoamento dos lotes com a cara antiga. O que não será tão fácil, pois trata-se de um hatch compacto que não nada que o destaque em relação aos modelos que disputam o mercado brasileiro.

               Ele usa, inclusive, o motor 1.6 flex de até 130 cv que está sendo aposentado na linha HB20. A maior diferença para o modelo coreano é o preço, a partir de R$ 84.990 para o ano/modelo 2020/2021. Ou seja: ele briga diretamente com no segmento de hatch compacto de topo, mas oferece conteúdo de versão intermediária e um visual defasado.

               As mudanças feita para a linha 2022, por outro lado, nem foram muito significativas. O modelo é produzido na fábrica de Pesquería, no México e vem perdendo relevância diante do ataque de SUVs compactos. A atualização estética, inclui a remodelação do para-choque para mudar ligeiramente o design da grade, que ficou mais baixa, e adicionar um toque especial na área do farol de neblina. Ele também adiciona uma pequena tomada de ar sob a moldura da guarnição com a famigerada referência ao focinho de tigre, em preto brilhante.

                A plataforma permanece a mesma e, portanto, as dimensões externas do modelo não mudam. Tem 4,07 metros de comprimento, 1.73 m de largura, 1,46 m de altura e 2,58 m entre os eixos. O porta-malas tem 325 litros de capacidade, e sob o piso é oferecido um pneu em tamanho integral, inclusive com roda de liga leve. No interior, as formas gerais do rio anterior foram mantidas. A principal mudança é a substituição da tela anterior de 7 polegadas por uma nova de 8, que também tem uma resolução melhor. Possui conectividade com Apple CarPlay (sem fio) e Android Auto (via cabo), com uma interface muito intuitiva, e como novidade adiciona uma área de carregamento para telefones por indução.

                Os marcadores no painel também são idênticos aos anteriores, com dois relógios analógicos associados a uma tela monocromática de 4,2 polegadas no centro (na versão de entrada, tem 3,5 polegadas). O volante é o mesmo de antes, fino e confortável de tomar, mas só oferece ajuste em altura (a de profundidade é opcional). Ainda assim, a posição de dirigir é boa. Botões no vidro, espelhos e controle de clima são os mesmos de antes. A longa distância entre-eixos gera bom espaço, inclusive nos bancos traseiros. A posição é confortável graças a um encosto projetado com boa inclinação. A posição central não é tão boa, embora seja macia e o túnel central seja discreto. O habitáculo é confortável para dois adultos, embora três pessoas possam andar bem em trajetos não muito demorados.

                Os pacotes de equipamentos no Rio não são convincentes em segurança. A versão avaliada trazia airbag frontal duplo, sensor de ré com câmera e freios ABS com EBD, assistente de partida em rampa, controle de estabilidade e freios a disco nas quatro rodas, controle de frenagem em curvas e controle de estabilidade. Por outro lado, se olharmos para o pacote de conforto, de série ele oferece a tela de 8″ com Apple CarPlay e Android Auto, o carregador sem fio, o volante multifuncional, sensor de luz, ar condicionado, rodas de 17 polegadas, faróis de neblina, entre outros. (por Marcelo Palomino/Autocosmos.com/Chile, exclusivo no Brasil para Auto Press. Fotos: Divulgação).

Impressões ao dirigir

Equilíbrio de valores

                O Kia Rio também não apresentou mudanças na seção mecânica. Em outros mercados, essa atualização de meia-vida vem sendo acompanhada de melhorias como a introdução de um sistema de hibridização leve, mas a versão mexicana aposta em contenção de custos. Nossa versão, chamada Sport, ele traz o também conhecido 1.6 litros de quatro cilindros, capaz de entregar capaz de entregar 123 cv e 15,4 kgfm de torque, exclusivamente com uma transmissão manual de seis velocidades. No Brasil, este propulsor é flex e recebe sempre um câmbio automático de seis marchas. Ele rende os mesmos 123 cv com gasolina, mas 130 cv com etanol. Já o torque é de 16,0/16,5 kgfm com gasolina/etanol.

                Pode-se dizer, no entanto, que o nome Sport desta versão é apenas marketing, porque este carro não tem nada de esportivo. Talvez o design de interiores ajude a dar-lhe uma imagem mais atraente, mas estritamente falando é apenas um motor com um impulso razoável. De qualquer forma, o Kia Rio não é um carro esportivo nem finge ser. A aceleração é adequada e mais do que suficiente para um uso na cidade ou rodovia. Poderíamos até qualificá-lo como ágil em certas condições de condução ‑ não nas arrancadas, pois o torque só aparece em giros altos.

                A condução do Rio é facilitada pelo bom escalonamento do câmbio, pelos pedais suaves e pela direção, que embora seja um pouco leve, tem reações rápidas e é bem comunicativa. O melhor de tudo, no entanto, é a plataforma, que oferece a difícil combinação entre conforto e estabilidade, rara nesses segmentos. Possui um esquema McPherson no eixo dianteiro e um eixo rígido na parte traseira, e ainda se sente muito confortável no uso urbano, com equilíbrio respeitável na estrada. A cabine é bem isolada em relação ao som.