Nissan Z ganha design ousado, tecnologia, potência e esportividade, sem recorrer a sistemas híbridos
Nos anos 1960, os carros japoneses eram tão desconsiderados no ocidente como hoje são os carros chineses. Mas em 1969, surgiu um modelo que foi capaz de inspirar respeito e admiração no mercado estadunidense: o Datsun 240Z, marca que a Nissan usava nos mercados do continente americano. O modelo conseguia reunir design e performance similar ao de modelos da Jaguar, Porsche, BMW ou Alfa Romeo, mas se apoiava em uma estrutura de concessionárias muito mais bem estruturada. O sucesso foi absoluto. E é novamente mirando no mercado estadunidense que a marca está apresentando o novo Z, herdeiro direto do pioneiro Datsun.
Com o passar dos anos, o modelo que foi sendo incrementado e ganhando potência. E chegou até a ser vendido oficialmente no Brasil, entre 2004 e 2009, quando era chamado de 350Z. O sucessor foi o 370 Z, que saiu de linha em 2020, abrindo espaço para o Z, que não mais vai ostentar a litragem do motor no nome – apesar de contar apenas com motor endotérmico, numa pegada bem “old scholl”, incluindo a configuração motor dianteiro/tração traseira.
O visual manteve os parâmetros originais de design dos Z-car, como a linha ficou conhecida por manter a letra Z no nome, mesmo que recebesse uma designação diferente em diferentes mercados ‑ como Nissan Fairlady Z no Japão e na Europa. As linhas são simples e limpas, com uma silhueta de teto que desce do para-brisa até o final da traseira em uma curva suave. A linha das janelas com uma curvatura na altura da coluna traseira é outro traço marcante da linha. O novo Z, basicamente a materialização do conceito Z Proto, manteve ainda as características da frente e da traseira truncadas e também o longo capô para guardar o motor V6.
Nesta releitura, a grade frontal assume um formato retangular geometricamente regular. O conjunto ótico, em formato amendoado, e traz duas luzes de led em meia-lua. Nas laterais, o Z se destaca pelos grandes arcos, para acomodar as rodas aro 19. Na traseira, uma lente em acrílico negro percorre toda a largura do modelo e se sobrepõe às lanternas, que traz quatro elementos luminosos em separados. A identificação é com uma letra Z no mesmo estilo da usada no modelo original, 52 anos atrás.
O mesmo conceito estético preparado para a carroceria foi aplicado no compartimento de passageiros. O painel mistura elementos modernos com outros pertencentes à tradição da linha japonesa, também com predomínio de linhas limpas e essenciais. O cluster digital de 12,3 polegadas traz grafismos com visual clássico, de instrumentos analógicos.
Outros três medidores – pressão do turbo, conta-giros e voltímetro, instalados na parte superior do painel, são verdadeiramente analógicos. A tela da central multimídia, com 8 polegadas, é ligeiramente voltada para o condutor. O volante, de três raios, é uma clara homenagem ao Z original. Os bancos esportivos trazem detalhes na cor da carroceira.
O conteúdo do novo Z é completo. Ele traz controle de cruzeiro adaptativo, frenagem automática de emergência, sensor de ponto cego, alerta para tráfego traseiro cruzado, manutenção de faixa, entre outros. O sistema de som tem um recurso para amplificar o ronco do V6 instalado sob o capô, e outro para o cancelamento de ruídos externos, ao emitir ondas de baixa frequência para anular o som externo, através dos alto-falantes do sistema de áudio da Bose.
O V6 em questão é um 3.0 biturbo que 405 cv de potência e 48,4 kgfm, disponíveis já a partir de 1.600 rpm. São 69 cv e 12,7 kgfm a mais que a geração anterior, ganho possível pela adoção de dois turbocompressores. O câmbio pode ser manual de seis marchas ou automático de nove velocidades, instalado em um eixo de transmissão de fibra de carbono. O modelo conta com controle de largada e controle de rotações, para otimizar as arrancadas. A transferência da potência para as rodas traseiras é gerenciada por um diferencial de deslizamento limitado.
Inicialmente, o novo Z será direcionado apenas para os mercados japonês e norte-americano, onde vai chegar em duas versões: Sport e Performance, que se diferenciam entre si apenas por detalhes de acabamento. Os começam a preços a partir de US$ 35 mil – ou R$ 190 mil e as primeiras entregas do novo Z estão previstas para a março ou abril de 2022 (Texto de Eduardo Rocha/Auto Press, Fotos de Divulgação).