Chegada anunciada
Prometido ainda para 2024 no Brasil, o crossover Omoda E5 é testado no Chile
por Jorge Beher
Autocosmos.com/Chile
Exclusivo no Brasil para Auto Press
Quando finalmente desembarcar no mercado, o SUV E5 será o pilar elétrico no Brasil da Omoda, subsidiária da chinesa Chery. No mercado brasileiro, o crossover compacto Omoda E5 virá brigar com modelos 100% elétricos como o BYD Yuan Plus, Renault Mégane E-Tech e Volvo EX30, todos com preços entre R$ 230 mil e R$ 280 mil. A promessa é que o E5 chegasse ao mercado em novembro, mas até agora o modelo só aparece mesmo no portal, onde está acompanhado do SUV de luxo Jaecoo J7, também prometido para 2024. Embora esteja atrasado no Brasil, o modelo já desembarcou no Chile, onde foi avaliado.
Em relação ao tamanho, o E5 tem dimensões bem próximas aos competidores diretos, com 4,42 metros de comprimento, 1,83 m de largura, 1,59 m de largura e 2,63 m de entre-eixos. O porta-malas comporta razoáveis 360 litros. A plataforma é compartilhada com o Chery Tiggo 5X e também com a versão com motor térmico C5, que pode ser trazido em um segundo momento. A maior diferença por conta da motorização consiste na ausência de grade frontal, onde foi instalada uma portinhola que dá acesso ao plugue de carregamento.
As linhas gerais são atraentes, mas meio genéricas, sem personalidade. Trata-se de um crossover com silhueta esticada, com faróis bipartidos, lanternas traseiras acopladas ao longo da porta traseira, retrovisores pretos e teto flutuante. Agora, por se tratar de uma versão única, o modelo vem bem equipado, incluindo iluminação full led com ignição automática, spoiler esportivo, rodas aerodinâmicas de 18 polegadas.
Por dentro, o Omoda E5 traz uma cabine bastante confortável, embora um pouco comprimida em altura (mais nos bancos traseiros do que nos bancos dianteiros). O espaço para as pernas é mais do que suficiente e apenas o passageiro do meio será incomodado pelo encosto (como em todos os carros) e pelo console central ligeiramente saliente. Detalhe: o Omoda E5 não tem botão de ignição. Ele detecta a presença da chave e liga. Bastar colocar o câmbio em D e pisar no acelerador.
O interior traz os elementos de design já consagrados, como o painel panorâmico com duas telas. Ambos têm 12,3 polegadas e são acompanhados no lado esquerdo por um botão de toque. A segunda tela é dedicada à central multimídia. Tem espelhamento de celular e também navegação nativa e várias configurações como sensibilidade da direção e assistências de segurança. Entre os elementos de conforto e tecnologia há teto solar elétrico, retrovisor central fotossensível, retrovisores laterais rebatíveis eletricamente, head-up display, climatização dupla, luzes ambientes, câmera 360°, carregador sem fio e sistema de áudio da Sony.
Em relação ao acabamento, a qualidade percebida é muito boa, combinando acabamentos em preto piano com bordas cromadas e elementos metálicos. Um ponto negativo foi a eliminação do comando de climatização, que agora só pode ser operado a partir da tela do sistema multimídia e dos botões de toque no volante, em vez dos botões normais. Acima do volante, há um módulo infravermelho que é o monitor de distração do motorista: o detecta quando o condutor pega o telefone e está distraído.
O pacote de segurança do E5 é abrangente e inclui uma longa lista de assistências. O sistema de direção semiautônoma funciona corretamente, mas o sistema de manutenção de faixa poderia ser um pouco mais efetivo. Ele detecta muito bem os carros que estão ao nosso redor e os mostra no cluster digital. O modelo traz ainda seis airbags, controle de estabilidade e um conjunto com mais de 10 assistências de direção, incluindo detecção de pedestres, alerta de colisão traseira, assistente de saída de pista e até alerta para abrir as portas traseiras com segurança. Além da frenagem autônoma ou radar de ponto cego.
Impressões ao dirigir
Nem tanto, nem tão pouco
O Omoda E5 é animado por um motor de 204 cv (150 kW) e 34,7 kgfm de torque, que é alimentado por uma bateria de 60 kWh, o que lhe confere uma autonomia máxima de 430 km no ciclo WLTP, ou cerca de 300 km no ciclo InMetro, com uma promessa de consumo médio de 7,7 km/kWh. O plugue de carregamento é posicionado na frente e suporta cargas de até 80 kWh. Isso significa que pode ser carregado de 30% a 80% em 28 minutos numa estação potente.
A aceleração é até comportada para os padrões de carros elétricos: zero a a 100 km/h em 7,6 segundos. Para gerenciar a energia, são três modos de condução e três modos de regeneração. Os modos de condução podem ser ativados a partir do console central, mas os modos de regeneração são mais complicados e são programados a partir da tela, em vez de ter paddle shifts ou botões, como acontece com muitos elétricos. Em geral, o modo Eco é o mais indicado no dia a dia. Por outro lado, o modo Sport é o que consegue atingir 100 km/h em menos de 8 segundos, embora a arrancada é tão vigorosa que a impressão é que faria em menos tempo.
A suspensão independente somada ao peso das baterias na parte inferior do chassi confere um passeio neutro e bastante confortável. O Omoda não tem características marcantes de manuseio, mas às vezes o normal e previsível é preferível. Ele se adapta melhor a diferentes estilos de direção em relação a um modelo mais macio ou a um mais nervoso e esportivo.