Alma renovada
Novo Renault Zoe chega ao Brasil no segundo trimestre com novo visual, maior autonomia e recarga mais rápida
O Renault Zoe sempre foi um carro extremamente agradável de conduzir, mas penava com o limite de autonomia baixo, imposto pela capacidade da bateria. Na nova fase do compacto da marca francesa, inaugurada no final de 2019, o modelo passou por uma renovação visual, ganhou novo interior e passou a contar com uma bateria com capacidade 25% maior, de 52 kWh. Com isso, seu alcance passou de regional para nacional, o que o ajudou a se firmar como o carro elétrico mais vendido da Europa em 2020, à frente do Tesla Model 3 e do Volkswagen ID.3. Também ganhou maior nível de potência, com versões de 110 cv com 23 kgfm e 135 cv com 25 kgfm. A versão atualmente vendida no Brasil traz as especificações anteriores, com bateria de 41 kWh, 92 cv de potência e 22,4 kgfm de torque. Mas o novo Renault Zoe será apresentado por aqui ainda neste segundo trimestre de 2021.
Nesta renovação técnica, outro elemento que ajuda a ansiedade na hora de enfrentar trechos mais longo é o aumento da capacidade do carregador interno, com 22 kW, bem superior ao de 7,4 kW presente em quase todos os seus rivais. O sistema, chamado de Camaleão, se adapta à fonte de energia para extrair o máximo de potência possível. Ou seja: o sistema tem uma velocidade de carregamento até três vezes maior e pode ser totalmente recarregado em pouco mais de duas horas.
Esteticamente, o novo ZOE foi refinado com um belo face-lift, mas que não revolucionou a linha, tradicionalmente mais apreciada pelo público feminino do que pelo masculino. O design limpo ganhou uma frente mais agressiva, com para-choques com reentrâncias mais marcadas para o farol de neblina e grade inferior maior. A assinatura em led agora desenha todo o contorno do conjunto ótico. Já a traseira permaneceu praticamente inalterada. Apenas as subdivisões internas da lanterna foram alteradas.
O interior foi redesenhado, ficou ainda mais bem cuidado, com bom espaço disponível e racionalidade de instrumentação de alto nível. Os revestimentos são simples e buscam uma estética mais despojada. A central multimídia opcionalmente pode tomar um formato verticalizado, como um tablet, com uma tela “touch” de 9,3 polegadas. O painel totalmente digital também ficou maior. Um detalhe bem conveniente é o bico central da fonte de alimentação sob a logomarca, que permite estacionar com uma frente voltada para a estação de carga. A visibilidade é sempre boa e tanto o espaço na frente quanto atrás de dois ocupantes são realmente generosos. No Brasil, o Zoe atualmente é vendido em duas versões de conteúdo, com valores de R$ 203 mil e 205 mil. Mais barato que o Zoe renovado na Europa, que está sendo oferecido a partir de 32.500 euros, o equivalente a R$ 216 mil.
(Reportagem de Carlo Valente, do Infomotori.com/Itália, exclusivo no Brasil para Auto Press)
Impressões ao dirigir
Brinquedo elétrico
Esteticamente, o Renault Zoe parece um carro doce e gentil. Na estrada, por outro lado, mostra um temperamento agradável, muito bem assentado no chão e com um desempenho tipicamente elétrico, real e respeitável, com acelerações bem vigorosas. No modo Eco, o Zoe consegue alcançar facilmente a autonomia prometida – em ciclo WLTP, majoritariamente urbano, 395 km em época de calor e 250 km em baixas temperaturas. Mas se for o caso de explorar toda a potência, o modelo chega aos 135 km/h com extrema facilidade e em grande silêncio.
Fácil de estacionar graças a uma excelente direção, boa frenagem que pode ser ajudada pela seleção B, que aciona o sistema de frenagem regenerativa, que recupera energia quando se alivia a pressão no acelerador. É possível controlar a velocidade do carro sem acionar o pedal de freio. Graças ao baixo consumo e à bateria de 52 kWh, o limite de 300 km agora é um objetivo simples de alcançar, mesmo se divertindo um pouco com o torque instantâneo que o modelo oferece e sem ter cuidado para não exceder 100 km/h na autoestrada. Comparado aos carros elétricos mais famosos e caros, o Zoe possui maior autonomia.