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Endurance é a versão mais pragmática da Fiat Toro

Fiat Toro Endurance T270 flex foca na praticidade e no baixo custo de aquisição

                A picape Toro é um fenômeno de vendas. E por bons motivos. É um carro com uma proposta original, em relação à aplicação, à versatilidade e ao tamanho, que funciona bem tanto como picape de trabalho quanto como um SUV médio – com as vantagens e desvantagens de uma área de carga aberta. Aliás, a plataforma foi inicialmente desenvolvida exatamente para um SUV médio, o 500X italiano, e traz para o modelo uma dinâmica de carro de passeio com uma pegada off-road, presente apenas nas picapes médias, bem maiores e mais caras.

Até agora, a linha Toro convivia com uma limitação óbvia: a única motorização flex disponível não estava à altura do modelo. Faltava potência e, principalmente, torque para dar conta de um peso de aproximadamente 1.650 kg, sem carga. Essa condição empurrava parte do público para as versões diesel, que trazia quase o dobro do torque do motor EtorQ 1.8, mas que acrescenta cerca de R$ 39 mil ao preço. Com o novo motor T270 flex, a Toro soma uma dinâmica convincente a todas as qualidades intrínsecas do modelo.

                O mês de julho mostrou bem este poder de atração que a Toro ganhou com a renovação. O modelo, pela primeira vez desde que foi lançado, ultrapassou as 7 mil unidades emplacadas. E metade delas, com a motorização T270, ou mais especificamente, GSE 1.3 turbo flex, com 185 cv e 27,5 kgfm, com comando no cabeçote com o sistema MultiAir, composto por atuadores eletro-hidráulicos com ação individualizada em cada válvula de admissão. Ele é sempre gerenciado por uma transmissão automática de seis marchas, com tração apenas nas rodas dianteiras, com sistema de limitação de escorregamento do diferencial, através do ABS.

A antiga motorização, 1.8 flex aspirado, com 135/139 cv e 18,8/19,3 kgfm, ainda está sendo oferecida na versão básica Endurance, que custa R$ 120.990, enquanto a Endurance com o motor T270 sai a R$ 125.990. O novo motor turbo é oferecido ainda nas versões Freedom, que fica em R$ 136.990, e Volcano, a topo da gama flex, que sai a R$ 150.990.

No visual externo, a Toro ganhou um novo capô, com uma protuberância longitudinal na parte central e a linha frontal reta com um friso cromado. A antiga logomarca redonda, que “mordia” o capô, dá lugar a um logotipo no centro da grade, que é totalmente preta, assim como moldura de proteção na base do para-choque. No canto esquerdo da grade, há a chamada Fiat Flag, a logomarca em verde, branco e vermelho da fabricante italiana. As rodas são de aço com aro 16 e cobertas por uma calota na cor prata. As molduras das janelas e maçanetas das portas também são em preto e na parte traseira do teto há um pequeno rack, ou porta-escada, também em preto.

A versão Endurance busca oferecer um custo/benefício bem favorável e para isso mantém uma lista de equipamentos bastante pragmática, com os conteúdos que são praticamente obrigatórios atualmente, mas sem luxo. De série, a versão traz painel totalmente digital em uma tela configurável de 7 polegadas. A central multimídia também tem tela de 7 polegadas e é capaz de conectar com os aplicativos Apple CarPlay e Android Auto sem cabo. Traz ainda direção, travas, vidros e retrovisores elétricos, alarma, assinatura luminosa, luz diurna e lanterna em led, controle de cruzeiro, volante multifuncional, ar-condicionado, sensor de estacionamento traseiro com representação gráfica no painel sensor de pressão dos pneus. Com esses recursos, a versão reafirma a vocação para o trabalho. (Texto e fotos: Eduardo Rocha/Auto Press)

 

Ponto a ponto

Desempenho –A Toro evoluiu dramaticamente na parte mecânica. O novo motor T270 de 185 cv já está na plenitude de torque, de 27,5 kgfm, com apenas 1.750 giros. Não chega a ser tão robusto quando o diesel T350, mas é bem elástico e dá muita agilidade à picape. O câmbio automático de seis velocidades se endente muito bem com o propulsor. Nota 9.

Estabilidade – A suspensão da controla bem os 1.644 kg da carroceria da Toro, com uma configuração típica de SUVs médios: McPherson com braços inferiores oscilantes na frente e multilink na traseira, com barra estabilizadora nos dois eixos. Em estradas de terra, o chassi copia os desníveis do terreno de forma adequada a ponto de manter os pneus em contato com o solo, mas mantém um comportamento neutro nas curvas. Os pneus 215/65 R16, com flanco de 14 cm, ajuda na absorção das irregularidades, mas tira um pouco da precisão da direção. Nota 7.

Interatividade – O modelo tem bons recursos de conectividade, com uma central multimídia com tela de 7 polegadas com um sistema que dispensa cabos para espelhar o celular e é extremamente amigável. O volante multifuncional é bem completo e oferece comandos para som, telefonia, controle de cruzeiro e facilita a navegação pelos dados fornecidos no painel digital configurável, também de 7 polegadas. Os comandos para o ar-condicionado são analógicos e a picape traz apenas sensor de obstáculos traseiro. Câmera de ré, sensor dianteiro ou sensores de luz e chuva não aparecem nem como opcionais. Nota 8.

Consumo – A Fiat afirma que a Toro faz 6,5/9,4 km/l no ciclo urbano e 8/10,8 km/l no ciclo rodoviário, com etanol/gasolina. Apesar de o InMetro não estar mais atualizando a tabela do Programa Brasileiro de Etiquetagem de veículos, a nova Toro teria notas A no segmento e C no geral. Nota 8.

Conforto – Apesar da suavidade do novo motor T270 e de não haver ruídos aerodinâmicos em velocidades altas, o isolamento acústico da Toro deixa a desejar e permite que barulho externos entrem facilmente na cabine. Os bancos têm regulagem de altura e o volante também pode ser ajustado na altura e na profundidade, o que permite uma postura de condução correta, independentemente da estatura do motorista. O espaço interno é amplo. Nota 8.

Tecnologia – A Toro Endurance é pensada para uma rotina de trabalho, então traz um conteúdo bastante pragmático. Traz os itens de segurança obrigatória, como airbag, ABS e controle de estabilidade conexão e uns poucos recursos adicionais, com espelhamento sem fio para smartphones, monitor de pressão dos pneus e diferencial com limitador de escorregamento. Nota 7.

Habitabilidade – A Toro traz diversos nichos para objetos, inclusive um bem fundo, onde em outras versão fica o apoio de braços. O acesso ao interior é facilitado por alças nas colunas dianteiras, inclusive para o motorista. A área de carga, com a tampa dividida, é prática para o transporte de objetos pequenos, mas um divisor de caçamba, vendido como acessório, torna o uso mais prático. Nota 8.

Acabamento – A versão Endurance não tem requinte. O tecido dos bancos e dos paneis de porta são de boa qualidade e resistentes, mas nada suaves. A montagem é bem cuidada e os acabamentos em plástico também valorizam a robustez. Nota 7.

Design – A sempre Toro teve linhas simpáticas e cheias de personalidade e esta renovação não afetou o visual do modelo em nada. As mudanças parecem ter mais a função de marcar a chegada da nova motorização do que pra promover uma atualização desnecessária do design. Os detalhes mais despojados da versão Endurance casa bem com a proposta do modelo.  Nota 8.

Custo/benefício – A Toro não tem rivais diretos, mas se posiciona mais próxima das picapes compactas, que giram em torno de R$ 90 mil, que das picapes médias, que custam perto de R$ 170 mil. E a boa relação custo/benefício da versão Endurance, que sai a R$ 125 .990 – mais R$ 1 mil da capota matéria, único opcional da versão –, valoriza ainda mais este posicionamento. Nota 9.

Total – A Fiat Toro Endurance T270 somou 79 pontos em 100 possíveis.

 

Impressões ao dirigir

Evolução dinâmica

                O novo motor mudou radicalmente o comportamento da Toro flex e o aproximou da dinâmica que a picape tem quanto é animada pelo propulsor Multijet diesel. Não tem a mesma força, mas ganha em agilidade e fica com um preço bem mais amigável – uma diferença de R$ 34 mil na mesma versão. No caso de uma versão de trabalho, é uma questão de fazer contas: o modelo diesel iguala o custo de combustível da versão flex depois de rodar 75 mil km, em média.

Em relação ao antigo motor 1.8 aspirado, torque quase 50% maior deixou a picape bem mais ágil e responsiva. O zero a 100 km/h caiu de 14,4/12,9 segundos com motor 1.8 para 11,2/11 s com o T270, com gasolina e etanol. Bons números para uma picape com 1.644 kg. A nova máxima reflete os 180/185 cv de potência: subiu de 178/179 km/h para 195,5/197,5 km/h.

                A versão Endurance reduz o conteúdo do modelo a itens quase essenciais nos padrões de hoje. Direção elétrica, ar-condicionado, trio, central multimídia, etc. O espaço interno é equivalente ao de um SUV médio, segmento sobre o qual a Toro avança com muita facilidade. Por dentro, os bancos são revestidos com tecido resistente e discreto e contam com ajustes de altura.

O volante multifuncional também pode ser ajustado na altura e na profundidade. Há bons nichos no console central, mas tudo muito despojado. A dinâmica do modelo é ajudada ainda pelas suspensões bem calibradas, uma estrutura em monobloco com boa rigidez e pneus capazes de ajudar na maciez de rodagem, apesar de reduzir a comunicação entre rodas e volante.

Ficha técnica

Fiat Toro Endurance T270

Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.332 cm³, sobrealimentado por turbocompressor, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro com sistema MultiAir de temporização de abertura der válvulas, comando simples no cabeçote. Sistema de injeção eletrônica direta e acelerador eletrônico.

Transmissão: Câmbio automático de seis velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira com sistema eletrônico de limitação de escorregamento do diferencial. Oferece controle de tração e modo Sport.

Potência: 180 cv com gasolina e 185 cv com etanol a 5.750 rpm.

Torque máximo: 27,5 kgfm com gasolina e etanol a 1.750 rpm.

Diâmetro e curso: 70 mm X 85 mm.

Taxa de compressão: 10,5:1.

Aceleração 0-100 km/h: 11/11/2 segundos, com gasolina/etanol.

Velocidade máxima: 195,5/197/5/km/h com gasolina/etanol.

Suspensão: Independente nas quatro rodas. Dianteira do tipo McPherson com braços oscilantes inferiores com geometria triangular e barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos e pressurizados e molas helicoidais. Traseira do tipo multilink, links transversais e laterais, barra estabilizadora, amortecedores de duplo efeito e molas progressivas. Oferece controle eletrônico de estabilidade de série.

Pneus: 215/65 R16.

Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS com EBD.

Carroceria: Picape em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Comprimento de 4,95 metros com 1,85 m de largura, 1,74 m de altura e 2,99 m de entre-eixos. Ângulo de entrada de 24,8º, de saída de 27,7º, de rampa de 20,9º, com altura livre para o solo de 25 cm entre os eixos. Possui airbags frontais.

Peso: de 1.644 kg.

Capacidade da caçamba: 937 litros.

Capacidade de carga: 670 kg.

Tanque de combustível: 60 litros.

Lançamento no Brasil: 2016.

Face-lift: 2021.

Produção: Goiana, Pernambuco.