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Nova geração do Honda City muda muito pouco

         Honda City no Brasil será igual ao mexicano, que parece um mini-Civic e decepciona no desempenho

Ao longo de seis gerações, a Honda conseguiu colocar 4 milhões de unidades do City em todo o mundo. Por conta da importância deste carro, a marca japonesa renovou-o para um sétimo estágio, que foi revelado na Tailândia no final de 2019. Devido à pandemia, a Honda atrasou a chegada do sedã compacto em diversos mercados. No Brasil, o modelo, que é produzido desde a quinta geração e, deveria ter sido renovado no início deste ano, mas por conta do Covid os planos foram adiados. Agora, a nova configuração hatch do modelo – que vai ocupar a faixa de mercado atual do Fit – deverá ser mostrada em novembro, enquanto a versão sedã fica para janeiro de 2022, vindo na sequência a nova geração do Fit, que será o primeiro modelo híbrido da Honda produzido no Brasil. No México, porém, o modelo já desembarcou, vindo da Tailândia, e foi avaliado na versão mais equipada– que custa por lá o equivalente a R$ 97 mil. O Honda City equivalente custa atualmente no Brasil R$ 98.700. O novo City será apresentado oficialmente no Brasil no próximo dia 18 de novembro, com apresentação para o público  no dia 23 seguinte.

                A nova geração do sedã oferece um design completamente renovado, que o faz parecer um pequeno Civic. No geral, a aparência é a clássica para um sedã, com os três volumes bem-definidos, traz diversos detalhes que o deixam moderno e realmente atraente. Ele estreia acabamentos cromados para a grade, sofisticados faróis em led com luzes diurnas integradas, lanternas led, bem como rodas de alumínio de 15 ou 16 polegadas. Em relação à geração anterior, ele ficou maior: cresceu 11 cm de comprimento, 5 cm de largura, totalizando sendo com um comprimento de 4,56 metros com largura de 1,75 m. A altura é de 1,48, com 2.60 de entre-eixos.

                Como um bom produto japonês, o City oferece alta qualidade de construção, mas não é requinta – coisas perceptíveis tanto visualmente quanto pelo toque. Os plásticos nos painéis da porta, como na parte superior do console central, são duros, mas com uma textura tipo orvalho para ficar fosca. Encontramos couro sintético no volante, na coifa da alavanca de câmbio e em uma guarnição logo acima do porta-luvas. O tecido dos bancos é macio e durável, eles têm desenhos de diamante que empresta alguma elegância.

                O design da cabine em geral parece refinado e soberbo. E tem um detalhe de design muito peculiar, com a tela do sistema de infoentretenimento flanqueada por enormes tomadas de ar. Os acabamentos são em cromado, preto brilhante e imitação de alumínio. Em termos de espaço, todos os passageiros viajam com conforto, com área de movimentação, pois o habitáculo tem boa altura e largura que, de fato, consegue acomodar três pessoas no banco traseiro.

                Entre os equipamentos de comodidade, destaca-se a chave presencial para abertura das portas e ignição, com acionamento do motor por botão. No interior, o sedã conta com duas entradas USB e três tomadas de 12 volts para carregar dispositivos. Adicional para passageiros traseiros, oferece saídas de ar e apoios de braço com porta-copos duplos. No sistema multimídia, o City tem uma tela sensível ao toque de 8 polegadas com uma interface fácil de usar. Ele pode ser vinculado a um smartphone sem qualquer problema via cabo com Android Auto ou Apple CarPlay e traz rádio, áudio de quatro alto-falantes, Bluetooth. A tela também projeta a imagem da câmera de ré, que oferece três tipos de display. O único problema aqui é o volume controlado por teclas, e não por meio de um botão giratório.

                Na Tailândia, este Honda City foi lançado com duas motorizações. A mais interessante, certamente, foi a 1.0 turbo de três cilindros, que rende 122 cv e 17,6 kgfm. Para o México, no entanto, a Honda apostou na manutenção do motor usado na geração anterior – o que deve se repetir em relação ao mercado brasileiro. Trata-se do motor 1.5 aspirado com quatro cilindros em linha. Agora ele rende e que rende 120 cv de potência, com 14,8 kgfm de torque. No Brasil, este propulsor tem 115 cv e 15,3 kgfm de torque. As transmissões disponíveis são um manual de seis velocidades – na geração atual, são cinco marchas ‑ ou um CVT automático com seis marchas pré-programadas.

                O novo City encara um segmento bem concorrido, com rivais muito fortes, como Chevrolet Onix Plus, Nissan Versa, Volkswagen Virtus – no Brasil, ainda tem o Fiat Cronos e o Hyundai HB20S. O sedã da Honda tem boas qualidades para esta disputa, mas segue uma tradição de não apostar muito nos equipamentos de segurança. Além dos obrigatórios airbags frontaos, ABS e controle de estabilidade, ela traz somente airbags laterais e de cortina, assistente de partida em rampa e o Honda Lane Watch, que projeta na tela do multimídia a pista da direita quando a seta é acionada. Nada que impressione. (por Jorge Blancarte, Autocosmos.com/México, com redação de Auto Press  – Fotos: Divulgação).

Impressões ao dirigir

Sem maiores rompantes

                No comando do novo Honda City, não há surpresas. Ainda mais porque ele traz o mesmo powertrain da geração anterior. Desse modo, ele tem uma resposta de aceleração aceitável, o que lhe dá o suficiente para recuperações de velocidade ou tornando mais fácil entrar em pista rápida ou fazer uma ultrapassagem. O trabalho da caixa CVT, por outro lado, é muito digno.

                No modo Drive funciona plenamente, mas no modo manual o desempenho, fica mais interessante, pois simula bem as trocas de marchas e arranca algum desempenho desse motor de 1.5 litro aspirado. Parte dos rivais já oferecem motores mais instigantes, com turbo. A troca de geração foi uma boa oportunidade que a Honda deixou passar.

                A suspensão, por outro lado, é muito confortável, filtrando suavemente as irregularidades. Os freios, por outro lado, são eficazes e funcionam de forma imediata. Já a direção é bem direta e “informa” ao motorista tudo o que acontece no asfalto e permite contornar as curvas com total confiança.

                O Honda City 2021 melhorou em todos os sentidos: é mais seguro, mais conectado, tem um design atraente, é confortável e espaçoso. A qualidade de fabricação é alta. Mas no caso do motor, embora o que ele traz funcione plenamente, seria mais indicado um motor mais potente e divertido (como seria o turbo de três cilindros). Ainda mais porque o preço não é dos mais acessíveis.