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A dinâmica do BMW iX

Luxo sustentável

BMW iX traz um pacote completo: requinte, desempenho, tecnologia e emissão zero

                Há uma década, a BMW surpreendeu o mercado ao apresentar a submarca I, a linha era composta por dois produtos que pareciam vir do futuro. O primeiro era o i3, um veículo urbano e sofisticado que podia ser totalmente elétrico ou vir equipado com um motorzinho de dois cilindros e 650 cm³ ‑ originalmente da scooter C650. O outro era o exótico esportivo i8, que era sempre PHEV, que trazia um motor elétrico e um motor auxiliar a combustão, 1.5 litro de três cilindros – o mesmo dos Mini de entrada na época. Ambos tinham boa dinâmica e o i8 chegava a ter um desempenho o equivalente ao M3 da época.

                Eles foram incríveis não só por sua proposta de mobilidade eletrificada, mas também foram pela sustentabilidade, que começava nos processos de fabricação, avançadíssimos na época. A BMW, no entanto, não teve um ritmo de evolução nesse meio tempo de acordo com as demandas do mercado de carros elétricos. A Tesla e seus carros com suas gigantescas baterias chegou atropelando. A marca bávara foi a pioneira, mas rapidamente ficou para trás. Agora, com a chegada do iX, a BMW dá um murro na mesa com um produto brilhante. O crossover é fortemente baseado no conceito Vision iNext e chega muito alinhado com as tendências atuais do mercado, sem perder a proposta inovadora da submarca i. Ou seja: foco na sustentabilidade durante todo o processo de fabricação, tecnologia de última geração e a grande dirigibilidade típica dos carros da marca. O modelo está sendo apresentado no Brasil neste mês de abril nas versões xDrive40, a R$ 650.950, e xDrive50, a R$ 794.950.

                Em termos de porte, o BMW iX é do tamanho de um X5, embora eles não compartilhem praticamente nada na construção. No caso do iX, a arquitetura de construção é híbrida, de alumínio e fibra de carbono. No chão está alojada uma enorme bateria de íons de lítio, com capacidade de 111,5 kWh, no caso da versão xDrive50 avaliada. A BMW anuncia um alcance de até 630 km para a versão. Esta é a maior bateria do mercado, pelo menos por enquanto. Por ser tão grande, requer pouco mais de 10 horas para recarregar totalmente em um wallbox de 11 kW, embora tenha capacidade de carregamento rápido com até 200 kW – se for possível encontrar um carregador tão poderoso ‑, 80% da autonomia é recuperada em 20 minutos.

                O iX usa dois motores elétricos, um em cada eixo e, portanto, a tração é integral. Eles entregam coletivamente 523 cv de potência e 78,1 kgfm de torque, intermediada por uma transmissão de uma única velocidade. Esse conjunto leva o iX de zero a 100 km/h em 4,6 segundos, tempo bastante convincente para um SUV familiar com quase 5 metros que pesa 2,5 toneladas. Para sustentar tudo isso, a suspensão é pneumática e tem regulagem de altura e rigidez.

                Desempenho e forma do iX são impressionantes, mas o que mais surpreende é o interior. O design interno, de certa forma, parece evocar o i3, que na época era cabine mais proativa que a BMW fabricava. Aspectos como a tela central em uma posição flutuante ou o console central que não está conectado ao painel são algumas dessas semelhanças. Sendo, no entanto, um SUV ultraluxuoso, o iX leva tudo ao extremo. Qualidade da montagem, combinação de materiais, cores, texturas e iluminação criam uma atmosfera cheia de luxo e modernidade.

                Há um uso maciço de couro que tem um toque impecável e que foi tratado com folhas de oliva, em vez de produtos químicos tradicionais, uma técnica que diminui o impacto ambiental da produção do carro. As inserções genuínas de alumínio têm um contraste perfeito de acabamento fosco e levemente acobreado. No console central, há um painel de madeira que esconde alguns controles de toque e no centro, há o botão do iDrive em acrílico lapidado. O mesmo elemento usado nos botões que controlam os bancos elétricos.

                Mas o que realmente impressiona é o arranjo de duas telas curvas, que formam uma unidade imensa. O cluster de instrumentos é de 12,3 polegadas e o central de toque tem 14,9 polegadas, ambas com uma resolução incrível e interface com grafismo extremamente refinado. A partir do console, da tela ou do iDrive é possível controlar cada uma das infinitas funções oferecidas pelo iX. Há também head up display, ar automático de quatro zonas e um teto de vidro generoso, batizado pelo marketing da marca de Eclipse Roof. O vidro deste teto contém partículas metálicas em estado líquido, que ao receber uma carga elétrica que é aplicada com a pressão de um botão, alteram o arranjo e torna o vidro opaco.

               O mais interessante sobre esse teto panorâmico é que, ao contrário do oferecido pelo Tesla Model S ou pelo Porsche Taycan, o BMW é capaz de isolar adequadamente, não só os raios solares, mas também o calor. Como qualquer carro desse nível, o BMW iX também oferecer um sistema de áudio de alta qualidade. No caso, trata-se de um Harman Kardon de 650 watts com 18 alto-falantes, um par deles localizados nos bancos dianteiros (Matéria de Ruben Hoyo, Autocosmos.com/México. Fotos: Divulgação. Exclusivo no Brasil para Auto Press).

 

Impressões ao dirigir

Novo número 1

                Ao volante, o BMW iX é tão impressionante quanto as descrições. As acelerações são brutais e, apesar de sua massa e dimensões, ele se move com incrível agilidade. Desnecessário dizer que é preciso e comunicativo, mas também macio, confortável e impecavelmente bem isolado. Inclusive de ruídos aerodinâmicos em alta velocidade, o que não é comum em um modelo que tem portas sem moldura.

                Os freios são potentes e a estabilidade é fantástica, o que permite andar em ritmos muito bons com segurança absoluta. O zero a 100 é alcançado em um instante e o condutor sente o corpo sendo oprimido contra o encosto. O vigor de aceleração entre os 100 e 200 km/h não é tão poderoso, mas ainda tem força.

                Com uma bateria tão grande, usar o BMW iX não gera ansiedade em ficar sem carga. É possível usar no dia a dia, desde que se tenha alguma disciplina para deixá-lo na carga nos momentos que está estacionado. Tudo isso faz do BMW iX o novo rei dos SUVs elétricos. Ele é dramaticamente mais avançado que o bom Audi e-tron ou o mediano Volvo XC40. Talvez este modelo só vá ter um rival à altura quando a Porsche resolver produzido o seu próprio SUV 100% elétrico.

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