Jeep Compass adota motor turbo, potente e econômico, ganha recursos de tecnologia e lança uma nova versão de topo, a Série S
Um carro que tem 70 % de um segmento que tem 12 competidores, com certeza, está agradando. A questão é como atualizar um modelo como este sem correr o risco de deixar os com consumidores insatisfeitos. A solução da Jeep para o SUV Compass foi mudar muito pouco por fora e melhorar o conteúdo, principalmente do setor de conectividade – aparentemente, o consumidor moderno quer um grande celular com um carro em volta, isso quando quer o carro. Outra mudança importante foi na motorização flex, que passa a contar com o novo propulsor T270. O modelo ainda traz uma nova versão de topo, a Série S.
No visual, o Compass traz sutis alterações na parte frontal. São novos os faróis full led, nova assinatura em led, a grade, os para-choques, as entradas de ar dianteira. as seções internas e as linhas de led da lanterna traseira e a parte inferior do para-choque traseiro. Na nova Série S, as molduras nas caixas de roda, na base das portas e na parte inferior dos para-choques recebem pintura na cor da carroceria. Todas as mudanças, porém, preservaram os volumes e os elementos estéticos.
Por dentro, as novidades atingem principalmente o painel e a central multimídia. Na versão Sport, o painel traz uma pequena tela de 3,5 polegadas entre dois instrumentos analógicos, enquanto na Longitude a tela central tem 7 polegadas. Nas versões acima – Edição 80 Anos, Limited, Trailhawk e Série S – o painel é totalmente digital projetado em uma tela de 10,25 polegadas e pode ter os dados selecionados e ser configurado entre cinco grafismos diferentes.
Já a central multimídia traz de série conexão sem fio para Apple CarPlay e Android Auto. Na versão Sport a tela é de 8,4 polegadas enquanto nas demais a tela tem 10,1 polegadas. A partir da Edição 80 Anos, o sistema ainda inclui uma série de serviços conectados, batizado de Adventure Intelligence Plus, que traz diversas funcionalidades. A partir do celular é possível monitorar a localização, visualizar os dados do computador de bordo, ter acesso a serviços conectados da marca, gerenciar mapas e até acionar o motor. No segundo semestre, um aplicativo de compras e pagamentos, chamado Cart, será integrado ao sistema.
Mas a principal novidade do Compass fica mesmo sob o capô. O novo motor T270 turbo flex, da família GSE, ocupa o lugar do antigo TigerShark 2.0 e passa a ser oferecido inclusive em versões mais completas – ele só não é oferecido da versão Trailhawk, direcionada para atividades off-road. O propulsor T270 rende 185 cv de potência a 5.750 giros e 27,5 kgfm de torque (os 270 Nm do nome) a partir de 1.750 rpm, sempre gerenciado por um câmbio automático de seis marchas, tração dianteira, sistema Jeep Traction Control Plus e dois modos de condução: normal e Sport. Com ele, o Compass faz de zero a 100 km/h em 8,8 segundos e, segundo a Jeep, consegue índice A na categoria pela avaliação do InMetro. O bloco é feito em alumínio e o cabeçote conta com o sistema MultiAir III, que atua individualmente sobre as válvulas de admissão para variar o tempo de abertura e melhorar a queima.
O motor Multijet 2.0 turbodiesel, agora rebatizado de TD350 também sofreu mudanças para enfrentar os padrões do Proconve L7, que entram em vigor em janeiro de 2022. Ele manteve os mesmos números de desempenho ‑ 170 cv e 35,7 kgfm, ou os 350 Nm do nome ‑, mas ganhou um sistema de redução catalítica dos gases de escape, SCR, com o uso do Arla 32. O modelo recebeu um tanque para o aditivo, que fica localizado sob o carro, no lado direito, à frente do eixo, que precisa ser reabastecido, em média, a cada 10 mil km. O câmbio é sempre automático de nove marchas, que distribui a tração para a rodas dianteiras, com acoplamentos 4X4 e 4X4 reduzida.
De fábrica na nova versão de topo Série S e como opcional nas configurações imediatamente abaixo, Limited e Trailhawk –, o Compass recebeu novos sistemas ADAS, sigla em inglês para sistemas de assistência avançada ao condutor. Eles são frenagem de emergência com detecção de pedestres e ciclistas, detector de fadiga do motorista e sistema de reconhecimento de placas de velocidade. Os novos recursos se coordenam com o controle de cruzeiro adaptativo, o alerta de colisão frontal com frenagem automática, o farol alto automático, o alerta de mudança de faixa e o sistema de estacionamento semiautomático Park Assist.
Na versão de entrada, Sport, o novo Compass traz de série seis airbags, rodas de liga leve aro 17, ar-condicionado dual zone, freio de estacionamento elétrico, chave presencial para travas e ignição e sensores de chuva e luz e sai por R$ 139.990. A versão seguinte, Longitude, adiciona navegação interna ao sistema multimídia, carregador de celular por indução, bancos em couro, aletas para mudança de marcha no volante, retrovisor interno eletrocrômico e rodas de liga leve aro 18. O preço fica em R$ 154.990 com motor T270 e R$ 196.990 com propulsor TD350 4X4.
Na sequência vem a Edição 80 Anos, que agrega carregador sem fio para celulares, sistema Adventure Intelligence Plus, retrovisores externos com rebatimento automático, partida remota, Park Assist e o som premium Beats. Com o motor T270, a versão sai a R$ 162.990, enquanto com o TD350 fica em R$ 204.990. A versão logo acima é a Limited, perde o som Beats, mas ganha quadro de instrumentos full digital e HD de 10,25 polegadas, teto em preto, rodas de 19 polegadas diamantadas, monitoramento de ponto cego, banco com ajuste elétrico para o motorista, parafusos antifurto nas rodas e airbag de joelho para motorista. Com motor turbo flex ela sai a R$ 176.990 e na turbodiesel, R$ 216.990.
A versão Trailhawk é nivelada em relação a equipamentos com a Limited, mas conta com o badget Trail Rated. Isso significa que só é oferecida com o motor TD350 4X4 e tem maior capacidade off-road. Para isso, ela recebe itens como rodas de 17 polegadas diamantadas com pneus de uso misto de perfil alto, protetor de cárter, protetor de tanque, protetor de transmissão, estepe integral, suspensão elevada e modo Rock no Terrain Response. O preço é o mesmo da Limited TD350: R$ 216.990.
Por fim, a nova versão de topo Série S, que agrega diversos itens que são opcionais nas demais versões, como os recursos ADAS, teto solar elétrico e panorâmico, som Beats, forro do teto em preto, pintura das partes plásticas na cor da carroceria, banco com ajuste elétrico do passageiro e tomada auxiliar 127 volts. Ao contrário da Trailhawk, a Série S é oferecida apenas com motor T270 e custa R$ 187.990. A chegada deste motor à linha cria uma expectativa para a marca de ampliar ainda mais as vendas, com um aumento na proporção de versões flex, que hoje está em 60%, uma vez que elas são cerca de R$ 40 mil mais baratas que as que correspondentes que usam motor turbodiesel (por Eduardo Rocha, Auto Press).
