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Aventureira hi-tech

Off-road hi-tech

Honda abusa da tecnologia da versão de topo da bigtrail Africa Twin

A Africa Twin top é, disparada, a bigtrail mais tecnológica do mercado. A versão Adventure Sport ES DCT da Honda CRF 1100L traz uma lista de confortos e controles eletrônicos que começa com o acelerador eletrônico e a plataforma inercial de seis eixos. Com base nesses dois recursos, diversos outros sistemas são oferecidos: quatro modos de pilotagem pré-programados mais dois programáveis para dosar controle de tração, potência, freio motor, elevação da roda dianteira e ABS. Tem ainda suspensão Showa controlada eletronicamente na frente e atrás, controle de cruzeiro e luz de condução diurna e iluminação em curvas. Mas a estrela da companhia é, sem dúvida, o câmbio de dupla embreagem automatizado DCT.

A transmissão simplesmente coloca a Africa Twin em um outro patamar em relação aos rivais. O câmbio de dupla embreagem da Honda vem sendo desenvolvido há mais de uma década e está atualmente na terceira geração. A lógica de funcionamento é parecida com a de câmbios de dupla embreagem usados em automóveis. Uma das embreagens controla as engrenagens referentes às marchas ímpares (1ª, 3ª e 5ª), enquanto a outra age sobre as marchas pares (2ª, 4ª e 6ª). A diferença básica é que, pelo fato de a caixa ser bem mais compacta, o sistema não pré-engata a marcha superior, como acontece nos carros. No DCT da Honda, o engate é feito apenas no momento da troca. Como o sistema entra em neutro quanto a moto é desligada, foi preciso incorporar um freio de estacionamento, acionado por um manete do lado esquerdo, que aciona o freio traseiro.

A Honda aposta no câmbio DCT por oferecer o conforto de um câmbio automático associado a um ganho no desempenho, pois não há perda de rotação nas mudanças de marcha. A transmissão também conta como um modo de mudanças manuais de marcham com um botão à frente e outro atrás do comando do punho esquerdo, para subir e descer as marchas. Um recurso suplementar é o botão “G”, de Ground ou Terra, que pode ser ativada no modo de condução Off-Road, que aumenta a sensibilidade do controle de tração e oferece maior controle em baixíssimas velocidades.

Além do moto Off-Road, a Africa Twin oferece outros três modos de condução pré-programados, além de dois programáveis pelo piloto. No modo Tour, a potência total é liberada (quatro de quatro), com freio-motor fica no nível médio (dois de três), ABS no nível mais invasivo (um de três) e a suspensão fica na configuração mais rígida. No modo Urban, a potência fica em nível dois, freio-motor em dois, ABS em dois, com suspensão com rigidez média. Já no modo Gravel (cascalho), para pisos de baixa aderência, a potência vai para quatro, o freio-motor fica menos invasivo, ABS vai para o modo três, o menos invasivo, com suspensão na posição macia. No modo Off-Road, a potência, freio-motor e ABS ficam no nível três, com a suspensão intermediária na frente e macia atrás. Em todos os modos, o padrão é controle de tração em seis de sete níveis e o antiwheelie em três de três níveis, mas podem ser alterados sem sair do Riding Mode escolhido. A configuração de toda essa parafernália é feita através do painel digital em TFT de 6,5 polegadas, com conexão com Apple CarPlay e Android Auto.

O modelo é animado pelo motor bicilíndrico em V, com exatos 1.084 cm³, que rende 93,4 cv e 10,5 kgfm. O câmbio DCT tem seis velocidades e o modelo pesa 225 kg em ordem de marcha – é uma das bigtrails mais leves do mercado. O chassi é do tipo berço semiduplo, com suspensão dianteira invertida com curso de 230 mm e traseiro monoamortecida com link de 220 mm de curso. O freio dianteiro tem disco duplo ventilado de 310 mm e o traseiro, disco simples ventilado, tem 256 mm. A versão Adventure Sports tem um tanque de combustível com 24,8 litros de capacidade – 6 litros a mais que na versão standard ‑, traz rodas raiadas cobertas por pneus sem câmara, nas medidas 90/90 R21 na frente e 150/70 R18 atrás. A versão, a mais cara da linha Africa Twin, custa R$ 110.315, mas pode passar dos R$ 130 mil com acessórios como malas laterais e top box em alumínio, protetores de motor e carenagem. A garantia do modelo é de três anos (Texto e fotos de Eduardo Rocha, Auto Press. Foto em movimento da equipe Caio Mattos/Honda).

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Impressões ao pilotar

Transmissão imediata

A Honda introduziu na Africa Twin um nível de tecnologia bastante elevado. Entre todos os recursos existentes no mercado, o único que falta à bigtrails da Honda é o controle de cruzeiro adaptativo e o alerta de ponto cego, presentes em alguns modelos da Ducati, bem mais caros que a Africa Twin. Nenhuma dessas tecnologias, no entanto, chega perto de oferecer a dinâmica do câmbio automatizado de dupla embreagem DCT. O sistema adiciona um conforto extremo tanto na estrada quanto na cidade. A terceira geração do câmbio parece ter uma ligação sináptica com o cérebro do motociclista, pois dá a impressão de adivinhar a intenção em cada situação. Não há mais aquelas vacilações que as duas primeiras gerações apresentação, principalmente em velocidades muito baixas, como em situações de costurar entre os carros no trânsito muito lento ou em determinadas situações do off-road.

Como não tem de trocar as marchas, o piloto pode se concentrar plenamente no controle mais fino do motor e nos movimentos corporais. Antes de enfrentar um obstáculo, basta dar um pequeno impulso no acelerador para ganhar torque. O novo chassi também trouxe uma vantagem na posição de pilotagem, que pode ser configurado para 84,5 cm ou 87 cm. E com um assento vendido opcionalmente, pode chegar a acessíveis 82,4 cm – e ainda mantendo 25 cm de altura livre para o solo. Em área urbana, o modelo se mostra potente e ágil no ganho de velocidade, e também nos trechos de terra, onde mostra um refinado controle de aderência. Operacionalmente, tudo é muito simples na Africa Twin. A única exceção fica com a infinidade de ajustes e configurações, feitos através do painel de TFT colorido com 6,5 polegadas. Nesse acerto, é preciso dedicar uns bons minutos para colocar a motocicleta no jeito. Acaba sendo mais simples optar por um dos riding modes pré-configurados para estrada, cidade, terra e off-road.

A ciclística, a boa altura do guidão e retrovisores elevados facilitam muito a locomoção em meio ao tráfego pesado e o uso do corredor, que só é ligeiramente prejudicado pela largura do tanque de quase 25 litros. O motor, com um torque bastante plano – a 3.500 giros já dispõe de 90% do – dá uma enorme agilidade para situações de acelerações e retomadas. Essa mesma característica propicia uma ótima dinâmica no off-road e em situações de menor aderência. Em rodovia, é possível atravessar grandes extensões sem sequer recorrer ao câmbio, tal é a elasticidade do motor. A Africa Twin trabalha sem qualquer esforço ou vibração incômoda em velocidades de cruzeiro em torno de 120 km/h e ainda conta com o controle de velocidade de cruzeiro, que amplia ainda mais o conforto, que na versão Adventure Sports é incrementado ainda pela boa proteção aerodinâmica do para-brisa.