Antiguidade é posto?
RAM traz velha geração do modelo 1500 com o nome Classic para brigar com as versões de topo das picapes médias
Os efeitos da atual política econômica, que praticamente devolveu o Brasil à condição de país agrário, fez os produtores rurais virarem alvo das fabricantes. Maior que o crescimento dos SUVs, as picapes compõem o segmento mais vigoroso no país. E isso é um prato cheio para uma marca de importados como a RAM, especializada exatamente em picapes. Tanto que desde 2020, voltou a investir no país, com três lançamentos. E acaba de anunciar oficialmente a chegada de um quarto modelo: a RAM Classic.
Não se trata exatamente de um modelo novo. A RAM Classic é a antiga geração da RAM 1500, que se manteve em produção no México e convive no mercado com a nova RAM 1500, lançada em 2018, geração que chegou ao Brasil com a RAM 1500 Rebel ‑ por aqui, a marca vai omitir na RAM Classic a designação 1500 exatamente para não criar confusão com a Rebel. A Classic chega para brigar com as versões de topo de picapes médias como Chevrolet S10, Toyota Hilux e Ford Ranger. A RAM não divulgou o preço, mas a expectativa é que seja em torno de R$ 360 mil.
No Brasil, a Classic será vendida na versão Laramie, que pode receber um pacote visual Night Edition. É uma versão que foi criada especificamente para o mercado brasileiro, mas se aproxima da versão Classic Sport, vendida no México. A principal arma da Classic é a motorização: um exuberante motor V8 de 5.7 litros Hemi, com 400 cv de potência e 56,5 kgfm, tração 4X4 e câmbio automático de oito marchas. O modelo é definido pela fabricante como “muscle truck” tanto pela motorização quanto pelo design, mais arredondado e robusto, com um capô bastante imponente.
Não chega a ser novidade que uma marca, na hora da troca de geração de um modelo de sucesso, recorra à estratégia de fazer o novo e o antigo conviverem no mercado. A própria Fiat, que encabeça as ações da Stellantis no Brasil, seguiu esta estratégia na hora de lançar a nova Strada. Só que no caso da picape da Fiat, o velho modelo logo foi esquecido.
Ao contrário do que ocorreu com a quarta geração da RAM 1500, lançada em 2019 nos Estados Unidos e de lá para cá convive bem no mercado com a RAM 1500 de quinta geração, que no Brasil é representada pela versão Rebel.
A função da nova RAM Classic é clara: aumentar a base de mercado da marca, que já conta com 60 concessionários e com um bom faturamento – já que todos os modelos giram em torno de R$ 500 mil –, mas não tem volume de vendas significativo. A marca vem tendo um bom desempenho nos últimos meses, mas a RAM quer mais. Nesse ano, foram emplacadas 1.607 unidades entre janeiro e julho, contra os 628 emplacamentos no mesmo período de 2021. Nos últimos 12 meses, de agosto de 2021 a julho de 2022, foram 3.741 vendas.
Pelas projeções de vendas da RAM, a marca deve passar das 5 mil unidades. Apenas da RAM Classic, a ideia é emplacar 1.300 unidades – todas as disponíveis este ano – e outros 400 apenas em janeiro (Texto de Eduardo Rocha, Auto Press. Fotos de divulgação).
